A qualidade do ar em Ribeirão Preto, conforme levantamento realizado pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), em meados de 2021, é a pior do Estado de São Paulo. A condição é consequência das queimadas, forte emissão de CO2, efeito estufa e aquecimento global, que juntos contribuem para a crise climática que atinge todo o globo.
Vereador do município pelo Podemos, Marcos Papa cobra medidas para a adequação da cidade à “Agenda 2030”, plano global da ONU que funciona como um guia para colocar o mundo em um caminho mais sustentável e resiliente até 2030. O movimento envolve governos, a sociedade, empresas e universidades, em sentido de orientar as escolhas necessárias para melhorar a vida das pessoas, agora e no futuro.
Conforme Marcos Papa aponta, em Ribeirão Preto, o setor de transporte é o maior emissor de poluentes ambientais e GEE e a queima de combustíveis no município é piorada por um índice de motorização de 51,9 automóveis por 100 habitantes, sendo que a média nacional equivale a 33 (2020 *PMMU). Seguido do setor do transporte apresenta-se o setor de resíduos sólidos, com o destaque que Ribeirão Preto recicla menos de 1% (0.37% 2022) – e ainda gasta dinheiro para enterrar possíveis fontes de rendas, no Aterro de Guatapará.
Além disso, o político, que atua também como presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente Sustentabilidade e Mobilidade Urbana, cobra o investimento em projetos e programas que visam a resiliência, sustentabilidade, verdejamento urbano, mobilidade ativa e de baixa emissão, gestão sustentável da água, cidade lixo zero, entre outros.
“O poder público precisa estar atento às transformações, como, por exemplo, se o padrão de mobilidade centrado no transporte motorizado individual mostra-se insustentável, tanto no que se refere a proteção ambiental quanto no atendimento das necessidades de deslocamento que caracterizam a vida urbana, precisamos rever as políticas públicas municipais e projetar novas modelos de cidades, de ruas”, afirmou Papa, em trecho publicado nas redes.
Sobre a Secretaria do Meio Ambiente, o vereador afirma que a entidade “é raquítica e são baixíssimos os investimentos na pauta ambiental, vide o número de parques abandonados (Parque Genaro, Parque da Pedreira Santa Luzia, Parque Rubem Cione, entre outros) e também a baixa cobertura arbórea (média de 12,71%, sendo que o recomendado mínimo seria de 30% * inventário PMRP)”.
“A Prefeitura, depois de anos na inércia ao tema, apresentou o Relatório ESG, por pressão da sociedade e dos financiamentos públicos. Porém, será que esse relatório reflete de fato a nossa cidade? Infelizmente Ribeirão está bem distante de ser uma cidade à frente na pauta climática ou mesmo de uma Green City”, continuou Papa.
Outro lado
Confira, na íntegra, a nota disponibilizada pela Secretaria do Meio Ambiente:
“A Secretaria Municipal de Meio Ambiente tem alcançado positivos resultados como o reconhecimento pelo Programa Tree Cities of the World, como “Cidades Árvores do Mundo 2022”. Para serem reconhecidas, é necessário que as cidades participantes atendam a cinco requisitos essenciais no compromisso de cuidar de suas árvores e florestas, sendo eles: estrutura organizacional; corpo legal; dados censitários; recursos financeiros e atividades de celebração.
A importância de um programa como este, reconhecido internacionalmente e que recebe a chancela da FAO/ONU, está relacionada à essencialidade das áreas verdes para benefícios nas áreas urbanas, para a qualidade de vida das pessoas e para a saúde do planeta.
Entre as ações da Secretaria, está a elaboração de um relatório de Desempenho Ambiental, Social e de Governança chamado Relatório ESG, disponível no site da Prefeitura de Ribeirão Preto. Além do ESG, a pasta trabalhou na Revisão do Código do Meio Ambiente e a na finalização do Inventário Amostral Arbóreo.
A Secretaria promoveu a assinatura do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia, documento que reforça o empenho, compromisso e tratamento relativo às mudanças do clima, e a assinatura do Termo com SBAU (Sociedade Brasileira de Arborização), que estabelece assistência mútua entre Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Sociedade Brasileira de Arborização Urbana.
Com o objetivo de aumentar a cobertura arbórea da cidade, a pasta incentivou os plantios voluntários, realizando o plantio de mais de 22 mil mudas. O trabalho consiste em doar as mudas e orientar a forma correta e o local onde plantar”.