Homem que rasgou notas do Carnaval de SP vai para prisão de segurança máxima

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Condenado por um assalto a banco que paralisou a cidade de Botucatu (a 238 km da capital paulista) há três anos e conhecido por rasgar as notas do Carnaval de São Paulo em 2012, Tiago Ciro Tadeu Faria, 40, foi transferido na semana passada para o sistema penitenciário federal, de segurança máxima.

Faria estava em um presídio em Presidente Venceslau, no extremo oeste paulista, que já tem o maior grau de segurança entre as penitenciárias estaduais. A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) não informou o motivo da transferência.

Há 11 anos, ele protagonizou uma confusão que interrompeu a leitura das últimas notas do Carnaval paulistano. Faria, que era integrante da Império de Casa Verde, invadiu o local onde as notas eram lidas, agrediu o locutor com um chute e rasgou os documentos com as notas.

Ele e um integrante da Gaviões da Fiel chegaram a ser detidos e indiciados por suspeita de dano ao patrimônio público e supressão de documentos. Seu advogado disse, à época, que ele estava arrependido.

Oito anos depois, Faria foi preso sob acusação de planejar uma das ações criminosas mais audaciosas já praticadas no estado, quando um grupo de assaltantes armados com fuzis e metralhadoras enfrentou forças de segurança por mais de duas horas em Botucatu. A defesa nega que ele tenha qualquer participação no crime.

O grupo de criminosos, formado por cerca de 20 a 30 pessoas, fez uma barricada em torno do batalhão da Polícia Militar da cidade com veículos roubados, invadiu uma unidade do Banco do Brasil, usou explosivos para romper o cofre e trocou tiros com a PM por aproximadamente duas horas, inclusive com unidades de elite da como Rota, Gate, COE e Baeps.

A ação terminou com uma pessoa morta, dois policiais feridos e o roubo de mais de R$ 2 milhões, além de várias mercadorias de comércios da cidade que foram levadas.

Apelidado de Gianecchini, Faria foi condenado a 51 anos de prisão por seu papel no caso. Ele “pode ser considerado o arquiteto das ações criminosas e agente financiador das atividades do grupo criminoso”, escreveu o Ministério Público na denúncia do caso.

A polícia disse que, cerca de dois meses antes, ele já havia participado de um assalto semelhante em Ourinhos (SP), na divisa do estado com o Paraná.

A defesa de Faria disse, nos autos do processo que o condenou, que não havia nenhum fato ou prova que o vinculasse ao crime, nem qualquer evidência de que ele manteve contato com os outros acusados, inclusive os que foram presos em flagrante.

Segundo os advogados, a acusação não descreveu minimamente como ele teria participado do assalto. Além disso, eles alegam que a prova que baseou a acusação do Ministério Público foi obtida de forma ilegal.

As provas que eles questionam envolvem amostras de material genético que teriam sido encontradas em Ourinhos e em outros locais, além da compra de equipamentos que teriam sido usados em mais de um crime, segundo a polícia —a defesa nega a ligação dele com essas compras.

Faria foi transferido para o sistema penitenciário federal na última quarta (7). Ele chegou a ser penalizado, perdendo benefícios na execução de pena, por se recusar a participar de uma coleta de material genético por agente penitenciários no ano passado.

Redação / Folhapress

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