Vinicius Junior fez um pronunciamento nesta quinta-feira (15), em Barcelona. Ele está na cidade com a seleção brasileira para amistoso contra Guiné, neste sábado (17). O atacante agradeceu pelo apoio recebido e prometeu continuar lutando contra o racismo.
O atleta reclamou de ter sido insultado e chamado de “macaco” durante o jogo entre Real e Valencia, no mês passado. Estes ataques levaram a Procuradoria a abrir uma investigação por “crime de ódio”, categoria penal que, na Espanha, inclui crimes raciais.
Foi a 10ª vez que o brasileiro sofreu ataques de cunho racial nos últimos dois anos. Sete pessoas foram presas pela polícia espanhola. Três delas relacionadas às ofensas em Valencia. Após depoimento ou pagamento de fiança, todas foram liberadas.
Ele agradeceu o apoio recebido dos presidentes da CBF, Ednaldo Rodrigues, e da Fifa, Gianni Infantino.
“Era necessário ter alguém para seguir firme e cada vez mais diminuir o racismo. Eu quero seguir pelos jovens e todas as pessoas que sofrem não têm a mesma voz que eu”, disse.
“Uma vez falei que queria que todos os brasileiros torcessem por mim. Acho que estou cada vez mais perto disso. Vejo todos na internet me desejando sorte no futebol, pessoas de outros meios que não me acompanhavam e começaram a acompanhar. Fico feliz com isso. Cada vez vou seguir mais firme por aqueles que não têm oportunidade de lutar. Tenho a cabeça tranquila, minha família me ajudou, o Flamengo me ajudou também quando eu era pequeno, não apenas pelo racismo, mas por toda pressão que foi colocada sobre mim. Sempre trabalhei calado e hoje tenho força para lutar”, completou.
Infantino esteve no hotel da seleção nesta quinta para convidar Vinicius Junior para integrar um comitê de jogadores que vai auxiliar a Fifa no combate ao racismo.
Em protesto contra a discriminação, a seleção brasileira vai usar camisa preta no primeiro tempo da partida contra Guiné, marcada para começar às 16h30.
Redação / Folhapress