PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – Um ciclone extratropical sobre o litoral do Rio Grande do Sul faz com que estado enfrente chuva ininterrupta e provoca diversos estragos desde a noite de quinta-feira (15), sobretudo na região leste -que abrange, além do litoral, a serra gaúcha, a região dos vales e a região metropolitana de Porto Alegre.
A capital amanheceu com 20 pontos de bloqueios no trânsito por quedas de árvores. As cheias atingem também os vales dos rios Caí, Paranhana, Sinos e Taquari. Há registro de danos no extremo sul de Santa Catarina.
Na manhã desta sexta-feira (16), somados os clientes das duas concessionárias de energia elétrica, havia cerca de 460 mil pessoas sem luz no Rio Grande do Sul -destes, 323 mil na região de Porto Alegre e 54 mil no litoral. Até o momento, não há relatos de mortos e feridos, mas há bloqueios de vias e rodovias por quedas de árvore e alagamentos e cancelamentos de aulas.
Em Sapiranga, na região metropolitana de Porto Alegre, a Unidade de Pronto-Atendimento ficou alagada e pacientes tiveram de ser transferidos de bote para o hospital do município. Na serra gaúcha, o principal problema é de deslizamentos em estradas. A RS-446, entre Carlos Barbosa e São Vendelino, está totalmente interrompida.
Por volta das 22h de quinta-feira, o prefeito de Maquiné, João Marcos Bassani dos Santos, fez um apelo para que os moradores da cidade do litoral norte deixassem suas casas e procurassem locais seguros para fugir da inundação. Pela manhã, 50 famílias haviam sido resgatadas.
Em Santo Antônio da Patrulha, também no litoral, um lar de idosos com 70 residentes teve de ser evacuado, e eles foram levados a um ginásio. Em Caraá, município vizinho a Santo Antônio da Patrulha, a ponte sobre o arroio que liga os dois municípios cedeu.
Em Tramandaí, um dos maiores municípios gaúchos, houve registro de ventos de 200 km/h e acúmulo de água superior a 100 milímetros. Em Capão da Canoa, o Hospital Santa Luzia foi inundado e está com restrição total a novos atendimentos.
Conforme a Defesa Civil do RS, em termos de acúmulo de água, o horário mais crítico será às 15h desta sexta-feira (16), quando é esperado que os rios Maquiné, Taquari e Caí alcancem seus níveis máximos, podendo causar ainda mais danos – como enchentes e deslizamentos na região dos vales do Caí e Taquari.
Pela manhã, governador Eduardo Leite (PSDB) foi ao Centro de Operações e Proteção da Defesa Civil, em Porto Alegre, para acompanhar os trabalhos da Defesa Civil.
A partir das 13h, a expectativa é que o ciclone comece a perder força ao se deslocar para o oceano Atlântico. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) mantém alerta vermelho até as 15h, com grande risco de danos em edificações, corte de energia elétrica, de queda de árvores, descargas elétricas, alagamentos, enxurradas e grandes transtornos no transporte rodoviário.
CAUE FONSECA / Folhapress