BELÉM, PA (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve em Belém neste sábado (17) para assinar a ordem de serviço da construção do Porto Futuro 2, uma das obras anunciadas pelo governo federal para a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30).
No evento, Lula defendeu a preservação da Amazônia, mas disse que “é importante saber que por aqui moram 20 milhões de seres humanos que precisam trabalhar, precisam comer, precisam ganhar salário, precisam ter dignidade”.
Os preparativos para a COP30 se iniciam em meio a um embate no governo sobre a exploração de petróleo na costa do Amapá, defendida pela área energética e pela Petrobras, mas rejeitada pela área ambiental e por organizações de defesa do meio ambiente.
“A COP tem um significado importante, pois não existe nada no Brasil mais falado no mundo do que a Amazônia. É muito importante cuidar da floresta, mas é muito importante cuidar do povo que vive na Amazônia”, disse Lula.
O presidente não fez referências a atividades econômicas específicas. Disse apenas que não é possível que “madeireiros de São Paulo ou do Rio de Janeiro” contratem motosserras para derrubar árvores com mais de 300 anos na floresta.
Mais cedo, em cerimônia para a entrega de residências do programa Minha Casa Minha Vida em Abaetetuba (PA), ele afirmou que fez questão de defender a realização da COP em Belém para que o mundo conheça de fato a Amazônia.
“Pela primeira vez vai ter uma discussão do clima em um estado amazônico”, afirmou, defendendo que Belém ainda terá que melhorar sua infraestrutura para receber os cerca de 70 mil visitantes esperados para o encontro.
“Todas as pessoas em todas as COPs sempre falam da Amazônia, mas falam da Amazônia a partir de um livro que leram, a partir de um comentário que assistiram ou de um livro que leram”, reforçou o ministro das Cidades, Jader Filho (MDB).
Durante a cerimônia em Belém, o ministro das Cidades assinou um termo de autorização para obras de R$ 134 milhões para a construção do Parque Urbano de São Joaquim.
Já a ministra Esther Dweck, da pasta de gestão e inovação dos serviços públicos, assinou um contrato de cessão de um espaço da União para a construção do Museu do Círio de Nazaré.
Os investimentos se juntam a um pacote de R$ 5 bilhões anunciado no início de junho pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para projetos sustentáveis destinados para o evento.
EDUARDO LAVIANO / Folhapress