BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Cansados das promessas, os times da LFF (Liga Forte Futebol) deram um ultimato para a XP e o fundo Serengeti na reunião de sexta que antecedeu a assembleia dos clubes.
Ambos organizam a operação financeira para tentar fechar contrato com o grupo pelos direitos de transmissão dos jogos, forma de manter a atração dos clubes contra o flerte deles com o Mubadala, poderoso fundo dos Emirados Árabes que negocia a compra dos direitos da Libra (Liga do Futebol Brasileiro), rival da LFF.
Em disputa está uma fatia dos direitos de transmissão dos clubes a partir de 2025, ano em que a TV Globo deixa de ter a exclusividade do Campeonato Brasileiro.
Encabeçados por Fluminense e Athletico Paranaense, os presidentes dos maiores clubes da liga pediram que o contrato seja assinado até o fim deste mês.
Os termos: pagamento da metade do valor total (que pode chegar a R$ 2,3 bilhões); a segunda parcela de 25%, em 12 meses, e o restante após 18 meses.
Querem também cláusulas de proteção para atrasos que, se chegarem a 30 dias, acionam mecanismo de encerramento automático do contrato sem que os valores já pagos sejam devolvidos.
Caso os investidores não aceitem as condições, os clubes ficariam livres para buscar outras alternativas.
Segundo os clubes, XP e Serengeti pediram mais tempo para estruturar uma nova proposta que pudesse ser levada a todos os clubes na próxima semana.
A mudança de humor da cúpula da LFF ocorre uma semana depois que clubes como Atlético Mineiro, Internacional, Coritiba e Juventude criticaram as promessas não cumpridas e ameaçaram deixar o grupo.
Marcelo Paz, presidente do Fortaleza e integrante da liga, nega impasse relativo aos pagamentos e diz que a Forte Futebol segue na busca por um entendimento entre os clubes.
“O que sempre foi discutido dentro da LFF é que os clubes receberiam o dinheiro do adiantamento após a assinatura dos documentos, o que está para acontecer em breve. Estamos muito próximos do acordo e do valor ser adiantado pela XP”, disse o cartola.
O que atrasa o processo, segundo pessoas que participam das negociações pela LFF, é a regularização de toda a documentação que envolve a transferência dos direitos da liga para a Serengeti –já em fase final–, além da aprovação do negócio pelos conselhos dos clubes.
JULIO WIZIACK / Folhapress