Hoje é aniversário de um dos maiores nomes da música popular brasileira de todos os tempos: Chico Buarque completa 79 anos neste 19 de junho. Para celebrar este artista gigante do nosso Brasil, nós preparamos uma matéria especial e uma playlist com os 79 maiores sucessos da carreira de Chico Buarque.
Músico, cantor, compositor, dramaturgo e escritor, a vasta contribuição de Chico para a nossa cultura é notável e expressiva e sua obra é uma das maiores riquezas nacionais.
Sua discografia conta com aproximadamente oitenta discos, entre solos, em parceria com outros músicos e compactos. Escreveu trilhas para teatro e cinema, esteve na trilha de diversas novelas, é autor de livros premiados e de peças teatrais históricas. Foi gravado por grande parte dos mais importantes nomes da música brasileira de todos os tempos.
Com uma obra rica e variada, o artista tem atravessado os anos mantendo-se como um exemplo de coerência política e estética, recebendo o respeito e admiração do público e da crítica.
A família e infância musical de Chico Buarque
Francisco Buarque de Hollanda nasceu no Rio de Janeiro, em 1944, em uma família igualmente notável: é filho do historiador, escritor, sociólogo, jornalista e crítico literário Sérgio Buarque de Hollanda e da pianista e intelectual Maria Amélia Cesário Alvim.
É também irmão das cantoras e compositoras Miúcha, Ana de Hollanda e Cristina Buarque e tio de Bebel Gilberto. Foi casado por 33 anos com a atriz Marieta Severo, com quem teve três filhas, Silvia – também atriz – Helena e Luísa.
Aos dois anos, Chico mudou-se com a família para São Paulo e com oito foi morar na Itália, por conta do trabalho do pai, onde ficaram por dois anos.
Desde criança, já demonstrava interesse pela música e admiração pelos cantores do rádio. A casa de sua família era recheada de livros e frequentada desde cedo por grandes nomes da música brasileira como:
- João Gilberto;
- Vinicius de Moraes;
- Baden Powell;
- Tom Jobim;
- Alaíde Costa;
- e Oscar Castro Neves.
Na Itália, Chico compôs suas primeiras marchinhas de carnaval. De volta ao Brasil, compôs suas primeiras canções, para operetas encenadas pelas irmãs. Suas influências iam desde os sambas tradicionais de:
- Noel Rosa;
- Ismael Silva;
- e Ataulfo Alves
Passando por choros, marchas, modinhas, baiões e serestas, até canções estrangeiras de Elvis Presley, do grupo The Platters e do belga Jacques Brel.
Mas foi o disco Chega de Saudade, de João Gilberto (que mais tarde viria a se tornar seu cunhado), que alterou definitivamente sua relação com a música. Chico ficou muito envolvido pela música do Pai da Bossa Nova e de Tom Jobim, bem como pelas letras de Vinicius de Moraes.
Adolescência e as primeiras criações
A primeira composição de Chico Buarque foi o samba Canção dos Olhos, aos 15 anos de idade. Apaixonado por literatura – nacional e estrangeira – e leitor voraz, produziu suas primeiras crônicas para o jornal da escola. Aos 18 anos, escreveu o seu primeiro conto.
Chico chegou a ingressar no curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo, em 1963, mas desistiu no terceiro ano, para dedicar-se à carreira artística. Além disso, outro motivo que o fez tomar a decisão de largar o curso foi o clima de repressão que tomava conta das universidades após o golpe militar de 1964.
Em 1964, apresentou-se pela primeira vez em um show, no Colégio Santa Cruz, local onde estudava em São Paulo. No mesmo ano, escreveu a música Tem Mais Samba, feita sob encomenda para o musical Balanço de Orfeu, o que Chico considera o marco zero de sua carreira.
Também é desse ano a primeira gravação de uma música de Chico Buarque: a marchinha Marcha Para Um Dia De Sol, gravada por Maricene Costa, que Chico apresentou no auditório do Colégio Rio Branco, no show Primeira Audição, que abria espaço para os músicos da nova geração. Muitos desses novos talentos começam a despontar na música popular brasileira, abrindo caminho para a era dos festivais.
Primeiro compacto, primeiro festival e primeiro musical
Em 1965, Chico lança o seu primeiro compacto, com as canções Pedro Pedreiro e Sonho De Um Carnaval. Essa última foi a sua primeira música inscrita em um festival, o I Festival Nacional de Música Popular Brasileira, transmitido pela TV Excelsior.
A canção foi defendida e depois gravada por Geraldo Vandré, mas não se classificou.
Em Pedro Pedreiro, Chico já dava uma prévia do modo como viria a trabalhar suas composições daqui em diante: versos com rigoroso trabalho estilístico e morfológico, com letras que contam das coisas cotidianas, mas também com viés político e de reflexão social, ainda com influências da bossa nova, mas com algo novo, que trouxesse mais da sua impressão digital.
Chico Buarque também é reconhecido pela sensibilidade com que usa o eu-lírico feminino.
Ainda em 1965, musicou a peça Morte e Vida Severina, baseada no livro de João Cabral de Melo Neto, cuja montagem ganhou prêmios de crítica e público no IV Festival de Teatro Universitário de Nancy, na França. Uma das principais canções da peça é o clássico Funeral de Um Lavrador.
Os icônicos Festivais de 1966 e 1967 e o primeiro álbum da carreira
Ainda em 1965, Chico conheceu Gilberto Gil e Caetano Veloso.
Em 1966, o artista tornou-se conhecido do grande público brasileiro quando ganhou o II Festival Nacional de Música Popular Brasileira, com a canção A Banda, interpretada por Nara Leão.
A música empatou com Disparada, de Geraldo Vandré e Theo de Barros, interpretada magistralmente por Jair Rodrigues.
Nas folhas de votação do festival, consta que A Banda ganhou a competição por 7 a 5. Acontece que Chico, ao perceber que ganharia, foi até o presidente da comissão e disse não aceitar a derrota de Disparada e que, caso isso acontecesse, entregaria o prêmio ao concorrente. Por isso, o júri do festival resolveu dar empate.
A Banda foi um sucesso imediato e vendeu mais de 100 mil cópias em uma semana, sendo traduzida para vários idiomas. O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu uma crônica para saudar a canção e Millôr Fernandes classificou Chico, aos 22 anos, como unanimidade nacional.
Ainda em 1966, Chico Buarque mudou-se para o Rio de Janeiro e lançou o seu primeiro disco, Chico Buarque de Hollanda, com – além de A Banda, Pedro Pedreiro e Sonho de Um Carnaval – sucessos como:
- A Rita;
- Ela e Sua Janela;
- Madalena Foi Pro Mar;
- e Olê Olá.
Depois do lançamento do disco, Chico tornou-se o artista mais novo a gravar um depoimento para o Museu da Imagem e do Som, privilégio até então reservado a personalidades de gerações anteriores.
Primeiro livro publicado, primeiro filme e mais festivais
Também é de 1966 seu primeiro livro publicado, um songbook que trazia manuscritos das suas primeiras composições, além do seu primeiro conto: Ulisses.
Em 1967, Chico Buarque passou a apresentar – junto com Nara Leão – o programa musical Pra Ver a Banda Passar, da TV Record.
Também participou do programa Esta Noite Se Improvisa, onde alternou com Caetano Veloso o primeiro lugar no conhecimento de letras de músicas brasileiras.
No mesmo ano, Chico estreou como ator no cinema, ao lado de Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Nara Leão e Ronnie Von, no filme Garota de Ipanema, de Leon Hirszman, em que interpreta ele mesmo.
No ano de 1967, apresentou – ao lado do grupo vocal MPB4 – a clássica canção Roda Viva, no III Festival Nacional de Música Popular Brasileira, ficando em terceiro lugar. E sua canção Carolina também ficou em terceiro lugar no II FIC – Festival Internacional da Canção, da TV Globo.
Mais álbuns, festivais e a peça Roda Viva
Neste mesmo ano, Chico fez uma turnê de shows pelo Brasil e lançou o seu segundo disco, Chico Buarque de Hollanda, Vol. 2, com os clássicos:
- Noite dos Mascarados,;
- Com Açúcar e Afeto;
- Quem Te Viu, Quem Te Vê;
- e Morena dos Olhos D’Água.
Escreveu também a peça Roda Vida – que estreou no ano seguinte – dirigida por José Celso Martinez Corrêa e que tinha Marieta Severo, sua então esposa, no elenco inicial.
A obra tornou-se um grande símbolo da resistência contra a ditadura militar e teve uma de suas sessões invadidas pelo Comando de Caça aos Comunistas, que depredou as instalações do Teatro Galpão, em São Paulo, e espancou atores e técnicos da montagem.
No dia seguinte, Chico Buarque estava na plateia para apoiar o grupo e começava um movimento organizado em defesa de Roda Viva e contra a censura nos palcos brasileiros.
Em 1968, o artista venceu o III Festival Internacional da Canção, da TV Globo, com sua composição em parceria com Tom Jobim, a canção Sabiá. No mesmo ano, a canção Bom Tempo, ficou em segundo lugar na Bienal do Samba e a música Benvinda, venceu o IV Festival da MPB da Record.
Lançou, em 1968, um disco com versões das suas canções em italiano e também o álbum Chico Buarque de Hollanda, Vol. 3, que conta com os sucessos:
- Retrato em Preto e Branco (parceria de Chico com Tom Jobim);
- Roda Viva;
- e Carolina.
O exílio na Itália e Construção
Dias após a decretação do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968, Chico Buarque foi detido em sua própria casa e levado ao Ministério do Exército para prestar depoimento sobre a sua participação na Passeata dos Cem Mil – manifestação popular contra a ditadura, organizada pelo movimento estudantil – e também sobre as cenas exibidas na peça Roda Viva, consideradas subversivas.
Em tempos duros de repressão – no auge da ditadura militar e diante da recente instauração do AI5 – com o cerceamento das liberdades democráticas, de expressão e das criações libertárias, Chico resolveu se exilar na Itália, em janeiro de 1969.
Da Itália, fez shows ao lado de Toquinho, escreveu artigos esporádicos para o jornal político-satírico O Pasquim e lançou dois LPs: um cantando em italiano e o outro – Chico Buarque de Hollanda nº 4 – com grandes sucessos como:
- Essa Moça Tá Diferente;
- Samba e Amor;
- e Gente Humilde (parceria com Vinícius de Moraes).
Também colocou letra em Samba de Orly, canção que Toquinho lhe mostrou como uma espécie de bilhete de despedida, no dia em que decidiu retornar ao país, depois de passar um tempo com Chico na Itália.
Essa canção entrou para o disco Construção, de 1971, que marcou a volta de Chico Buarque ao Brasil e consagrou-o um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização no país, com composições que denunciavam aspectos sociais, econômicos e culturais do Brasil.
Consequentemente, Chico tornou-se também um dos artistas mais perseguidos pela censura.
No álbum Construção também está a canção que dá nome ao disco, além dos sucessos:
- Cotidiano;
- Deus Lhe Pague;
- e Valsinha, essa última em parceria com Vinícius de Moraes.
Apesar de Você – A volta ao Brasil
Em 1970, Chico retornou ao Brasil e compôs Apesar de Você, uma resposta crítica ao regime ditatorial no qual o país ainda estava imerso, disfarçado como uma briga entre namorados. Surpreendentemente, a música passou pela censura prévia e se tornou uma espécie de hino da resistência à ditadura.
Para o público, não havia dúvidas: o “você” da música era o general Emílio Garrastazu Médici, então Presidente da República, em cujo governo foram cometidas as maiores atrocidades contra os opositores do regime. Ao ser interrogado sobre quem era o “você” da canção, Chico respondia:
“É uma mulher muito autoritária”.
Depois do compacto vender cerca de 100 mil cópias, a canção foi censurada, o disco retirado das lojas e até a fábrica da gravadora foi fechada. Após esse episódio, o cerco às suas composições endureceu. A canção só pôde ser incluída em um álbum do cantor em 1978.
Em 1972, foi lançado o álbum que teve origem no show histórico que Chico Buarque e Caetano Veloso fizeram ao retornarem dos seus respectivos exílios (Caetano foi forçado a exilar-se em Londres, junto com Gilberto Gil), no Teatro Castro Alves, em Salvador: Caetano e Chico Juntos e Ao Vivo.
Neste disco, além de outros sucessos, estão:
- Partido Alto;
- Bom Conselho;
- Atrás da Porta (em parceria com Francis Hime e eternizada depois na voz e interpretação de Elis Regina)
- e a famosa união das canções Você Não Entende Nada (de Caetano) e Cotidiano (de Chico).
Mais cinema, teatro e censura na vida de Chico
Em 1972, Chico compôs quase todas as músicas e foi protagonista do filme Quando o Carnaval Chegar, de Cacá Diegues, ao lado de Nara Leão e Maria Bethânia. Entre elas, o sucesso Mambembe e a canção que dá nome ao filme.
No mesmo ano, ao lado de Ruy Guerra, traduziu as canções para o musical O Homem De La Mancha, entre elas, a clássica Sonho Impossível, versão da música The Impossible Dream, de Joe Darion e Mitch Leigh.
Em 1973, escreveu – também com Ruy Guerra – a peça Calabar, o Elogio da Traição. Proibida pela censura, a peça e o disco com as canções (entre elas, o sucesso Tatuagem) somente seriam liberados muito anos depois, em 1980.
No mesmo ano de 1973, sua clássica canção Cálice, em parceria com Gilberto Gil, é proibida. Desta vez não pela censura (que já havia vetado a letra), mas pela própria Phonogram. Com medo de represálias, a gravadora desliga os microfones do palco e impede Chico e Gil até mesmo de tocarem a melodia sem letra.
O episódio contribuiria, mais tarde, para o rompimento do compositor com a gravadora. A música pôde ser lançada somente em 1978.
Em 1974, para driblar a censura, Chico Buarque criou o personagem heterônimo Julinho da Adelaide e passou a assinar canções com esse nome, como é o caso de Acorda Amor, Jorge Maravilha e Milagre Brasileiro, que passaram sem grandes problemas pela censura.
Julinho da Adelaide concedeu até entrevista ao escritor e jornalista Mário Prata e o público só ficou sabendo da verdade em 1975.
Neste mesmo ano, quase impossibilitado de gravar suas próprias canções, Chico gravou o disco Sinal Fechado, com músicas de outros compositores, com exceção de Acorda Amor, que assina como Julinho da Adelaide.
Entre as canções do disco, está o sucesso Sem Compromisso, de Geraldo Pereira e Nelson Trigueiro.
O primeiro livro e Gota D’Água
Ainda em 1974, Chico Buarque escreve o seu primeiro livro: a novela Fazenda Modelo.
Em 1975, fez – com Maria Bethânia – uma longa temporada de shows no Canecão, no Rio de Janeiro, que rendeu um disco com vários sucessos, entre eles as clássicas Flor da Idade, Vai Levando (em parceria com Caetano) e a marcante Gota D’Água.
Neste mesmo ano, escreveu – em parceria com Paulo Pontes – a peça Gota D’Água, uma releitura de Medéia, de Eurípedes, baseada em uma adaptação que Oduvaldo Vianna Filho havia feito para a televisão.
A peça – estrelada por Bibi Ferreira – se tornou um imenso sucesso de crítica e público, embora tenha sido também alvo de censura. Tanto Gota D’Água, quanto Roda Viva tiveram remontagens em tempos recentes e continuam impressionantemente atuais até os dias de hoje.
Chico chegou a ganhar o Prêmio Molière como melhor autor teatral pelo seu trabalho em Gota d ́Água, mas – em protesto contra a censura – que proibiu peças de vários autores, não comparece à cerimônia de entrega dos prêmios.
Afastamento dos palcos. Mas da arte, jamais!
A partir de 75, Chico ficou nove anos sem subir profissionalmente em um palco, limitando-se a participar de eventos em benefício de causas sociais.
Em 1976, compôs o clássico O Que Será, para o filme Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto. A canção tem três versões, que marcam passagens diferentes da trama:
- Abertura;
- À Flor da Pele;
- e À Flor da Terra.
No mesmo ano, o artista lançou o disco Meus Caros Amigos, em que canta O Que Será, na clássica versão ao lado de Milton Nascimento.
Também são desse disco os sucessos:
- Mulheres de Atenas;
- Olhos nos Olhos;
- Passaredo;
- Vai Trabalhar Vagabundo (que Chico compôs para o filme homônimo de Hugo Carvana, de 1975);
- e Meu Caro Amigo, uma carta musicada, que Chico escreveu, em parceria com Francis Hime, para o amigo diretor Augusto Boal, que estava exilado em Lisboa, ainda por conta do regime militar.
Em 1977, escreveu o texto e compôs as canções da peça Ópera do Malandro, uma adaptação para os clássicos:
- Ópera dos Mendigos, de John Gay;
- e A Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht e Kurt Weill.
A peça estreou no ano seguinte.
Também em 1977, Chico escreveu versões das canções para o espetáculo Os Saltimbancos, uma das mais expressivas obras de teatro musical dedicada ao público infantil até hoje.
A peça conta as aventuras de quatro bichos que, sentindo-se explorados por seus donos, resolvem fugir para a cidade e tentar a sorte como músicos. Entre as principais canções:
- Bicharia;
- História de Uma Gata;
- A Cidade Ideal;
- e Todos Juntos.
O elenco original contava com:
- Marieta Severo (a Gata);
- Miúcha (a Galinha);
- Pedro Paulo Rangel (o Cachorro);
- e Grande Otelo (o Jumento).
No coro infantil, estavam, entre outras crianças:
- Bebel Gilberto (filha de João Gilberto e Miúcha);
- Isabel Diegues (filha de Nara Leão e Cacá Diegues);
- e Silvia Buarque (filha de Chico e Marieta).
Em 1978, lança o álbum Chico Buarque 1978, com os clássicos :
- Feijoada Completa (escrita no ano anterior para o filme Se Segura Malandro, de Hugo Carvana);
- Cálice, Trocando em Miúdos (com Francis Hime);
Além de canções que fazem parte da trilha de A Ópera do Malandro: O Meu Amor, Pedaço de Mim e Homenagem ao Malandro (a primeira interpretada pelas atrizes Marieta Severo e Elba Ramalho, e a segunda por Zizi Possi).
Em 1979, Chico Buarque lançou o livro infantil Chapeuzinho Amarelo, e compôs diversas músicas para o cinema, entre elas Bye Bye, Brasil, para o filme homônimo de Cacá Diegues. Essa canção faz parte do disco Vida, de 1980, que também conta com Morena de Angola e a clássica Eu Te Amo, em parceria com Tom Jobim.
Em 1980, Calabar é finalmente liberada pela censura e estreia em São Paulo.
É lançado o álbum duplo Ópera do Malandro, que – além das canções já citadas – conta também com os sucessos Folhetim, Terezinha e Geni e o Zepelim.
No mesmo ano, o cineasta argentino Maurício Berú realiza o documentário Certas Palavras, sobre Chico Buarque, com participação – em números especiais ou depoimentos – de:
- Caetano Veloso;
- Maria Bethânia;
- Vinicius de Moraes;
- Toquinho;
- Francis Hime;
- Ruy Guerra;
- Miúcha;
- e Sérgio Buarque de Hollanda.
Em 1981, Chico participa do roteiro e das adaptações das canções do famoso filme Os Saltimbancos Trapalhões, entre elas – além dos clássicos de Os Saltimbancos – as músicas Piruetas e Alô Liberdade.
No mesmo ano, lançou o livro A Bordo do Rui Barbosa e o disco Almanaque, que conta com os clássicos O Meu Guri e Tanto Amar.
Em 1982, em parceria com Edu Lobo, Chico Buarque compôs a trilha para o espetáculo O Grande Circo Místico, que foi lançado em disco no ano seguinte. Entre as canções, estão: Ciranda da Bailarina, Beatriz e A História de Lily Braun.
Vai Passar – o retorno aos palcos e o fim da ditadura militar
Em 1983, Chico compôs o samba histórico Vai Passar, que – no ano seguinte, apesar do artista negar qualquer relação da música com o movimento – se tornaria uma referência na campanha pelas Diretas Já, movimento político de cunho popular que teve como objetivo a retomada das eleições diretas ao cargo de Presidente da República no Brasil, ainda durante a ditadura militar brasileira.
A canção entrou para o disco Chico Buarque, de 1984, que também conta com os sucessos Pelas Tabelas e Samba do Grande Amor. Neste mesmo ano, Chico voltou aos palcos, depois de nove anos afastado.
Em 1985, trabalhou na elaboração do roteiro e compôs novas canções para o filme Ópera do Malandro, de Ruy Guerra, baseado em sua peça. Com Edu Lobo, compôs as músicas para a peça O Corsário do Rei, de Augusto Boal.
Em 1986, comandou – ao lado de Caetano Veloso – o programa de televisão, Chico e Caetano, que permaneceu por sete meses no ar, reunindo nomes expressivos da MPB, além de estrelas internacionais.
No mesmo ano, colocou letra na canção Anos Dourados, uma parceria com Tom Jobim, encomendada pela TV Globo para ser o tema musical da minissérie de mesmo nome.
E Chico não para!
Em 1991, Chico Buarque lançou o seu primeiro romance, Estorvo, publicado pela Companhia das Letras, que tornou-se sucesso de público e crítica, nacional e internacionalmente, e com o qual ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura.
Em 1993, lançou o disco Paratodos, depois de quatro anos sem gravar. O álbum, além do sucesso da canção título, conta também com a clássica Futuros Amantes.
Em 1994, Chico escreveu seu segundo romance, Benjamim, que foi lançado em 1995.
Em 1997, participou do disco Chico Buarque de Mangueira, com regravações de clássicos dos compositores da escola e com uma composição inédita sua, em parceria com Hermínio Bello de Carvalho: Chão de Esmeraldas.
Em 1998, o artista foi o homenageado no desfile em que a Mangueira consagrou-se campeã do carnaval do Rio de Janeiro, com o enredo Chico Buarque da Mangueira.
No mesmo ano, lançou o disco As Cidades, com sete canções inéditas e quatro regravações, sendo o primeiro trabalho de Chico lançado na Internet.
Em 2000, o filme Estorvo – de Ruy Guerra – baseado no romance homônimo de Chico, concorreu à Palma de Ouro do 53º Festival Internacional de Cinema de Cannes.
Em 2001, Chico fez as letras para as canções de Edu Lobo que fizeram parte da trilha da peça Cambaio, de Adriana e João Falcão. O álbum com as composições do espetáculo ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de MPB.
Em 2002, é lançado o disco Duetos, que reúne 14 das mais de 200 participações de Chico cantando com outros artistas, como por exemplo: Elza Soares, Nara Leão, Zeca Pagodinho, Nana Caymmi, Johnny Alf, João do Vale, Miúcha, Tom Jobim e Elba Ramalho.
Já em 2003, chegou aos cinemas o filme Benjamim, baseado no romance de Chico Buarque, de 1995, e dirigido por Monique Gardenberg.
No mesmo ano, Chico publicou Budapeste, seu terceiro romance. O livro ganhou o Prêmio Jabuti de Livro do Ano e ficou na lista de mais vendidos por diversos meses, sendo traduzido para vários idiomas.
Em 2008, seu álbum Carioca – Ao Vivo, foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira.
Em 2009, lançou o livro Leite Derramado, que também ganhou o Prêmio Jabuti de Livro do Ano. E, em 2014, o livro O Irmão Alemão.
Em 2010, o álbum Chico é indicado ao Grammy Latino como Álbum do Ano.
Em 2017, Chico Buarque lança o álbum Caravanas, que ganhou versão ao vivo no ano seguinte, e conta com o sucesso da faixa-título.
Em 2019, Chico lançou seu sexto romance – Essa Gente – e ganhou o Prêmio Camões, principal troféu literário da língua portuguesa, pelo conjunto da obra. O então Presidente da República, Jair Bolsonaro, se recusou a entregar o prêmio a Chico Buarque, que só pôde finalmente recebê-lo em 2023, pelas mãos do agora Presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Também em 2023, Chico Buarque iniciou a turnê do seu mais recente trabalho, Que Tal Um Samba?, com a participação de Mônica Salmaso. Antes, em 2021, Chico ainda publicou mais um livro, dessa vez de contos: Anos de Chumbo e outros Contos.
Playlist Especial
Para homenagear os 79 anos de Chico Buarque, fizemos uma Playlist Especial com os 79 principais sucessos do artista, listados em ordem cronológica de quando foram lançadas. Então, se você seguir a playlist na sequência, fará uma viagem pela vida e pela obra de Chico (aliás, você já escutou o Acervo MPB Chico Buarque, uma áudio-biografia exclusiva Novabrasil, que narra detalhes sobre a vida e a obra desse gigante da nossa nossa música?).