Ex-aluno mata estudante e deixa outro ferido em ataque a tiros em escola no Paraná

Policiais em frente ao Colégio Estadual Professora Helena Kolody (Reprodução/Silvana Brito)
Policiais em frente ao Colégio Estadual Professora Helena Kolody (Reprodução/Silvana Brito)

Um ataque a tiros no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no norte do Paraná, deixou uma aluna de 16 anos morta morta e outro estudante com a mesma idade ferido na manhã desta segunda-feira (19).

De acordo com ao Governo do Paraná e a PM (Polícia Militar), o autor do ataque é um ex-aluno de 21 anos. Ele foi detido e encaminhado para Londrina (PR), cidade vizinha a Cambé.

O estado de saúde do aluno ferido, que está internado, não foi informado.

Ainda não há informações sobre a motivação do ataque. O Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência) e os bombeiros foram acionados.

De acordo com a Seed (Secretaria de Estado da Educação), a escola tem 632 alunos matriculados, dos ensinos Fundamental e Médio.

Em nota, o Governo do Paraná afirma que o atirador entrou na escola alegando que solicitaria o seu histórico escolar. O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) decretou luto oficial de três dias e lamentou o episódio.

Em entrevista à rádio CBN, a professora Nara Cordeiro relatou como foi a correria para sair da escola. “Estávamos começando a segunda aula, fazendo chamada, quando ouvimos o barulho dos disparos achando que era bombinha, brincadeira de criança. Os alunos ficaram sem saber o que estava acontecendo, mas, pela movimentação, começaram a correr, porque parece que tava vindo alguém atirando”, disse.

Segundo a professora, rapidamente as ruas da escola foram tomadas pelos estudantes que deixaram a unidade às pressas. “O que eu vi foi um desespero muito grande, alunos saindo pelos arredores da escola desesperados. E eu não sabia o que fazer, se eu voltava para ajudar os alunos que estavam lá [dentro da escola] ou se eu ajudava os meus alunos que estavam aqui.”

Nas redes sociais, políticos do Paraná se manifestaram sobre o episódio. “A violência do brutal ataque em uma escola estadual em Cambé causa indignação e pesar. O assassino foi preso, será julgado e condenado pelo crime bárbaro que cometeu. Como governador e pai a minha solidariedade aos familiares nesse momento de dor tão profunda. Paraná está em luto”, disse o governador Ratinho Junior (PSD).

Os senadores Sergio Moro (União Brasil-PR) e Flávio Arns (PSB-PR) também lamentaram o ataque. “Meu profundo pesar às famílias, alunos e funcionários. Vítimas devem ser lembradas, agressores punidos e esquecidos. Ainda estão sendo apuradas todas as informações sobre o ocorrido, mas deixo aqui minha solidariedade, neste momento de dor”, escreveu Moro.

“Quando uma escola é atacada, todos nós sofremos. Depois do que vivemos no início deste ano e das medidas que foram anunciadas, isso não deveria se repetir. É preciso agir com rigor e atuar de forma mais efetiva na prevenção e proteção das nossas escolas. Minha total solidariedade às famílias das vítimas e à comunidade escolar. Contem com meu apoio irrestrito”, escreveu Arns.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se manifestou: “Recebo com muita tristeza e indignação a notícia do ataque no colégio estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná. Mais uma jovem vida tirada pelo ódio e a violência que não podemos mais tolerar dentro das nossas escolas e na sociedade. É urgente construirmos juntos um caminho para a paz nas escolas. Meus sentimentos e preces para a família e comunidade escolar”.

OUTROS ATAQUES

O ataque desta segunda no Paraná é, ao menos, o terceiro registrado em instituições de ensino neste ano com vítimas fatais e comoção nacional.

Na manhã de 5 de abril, um homem de 25 anos invadiu a creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), e matou quatro crianças. As vítimas são três meninos e uma menina, com idade entre 5 e 7 anos. Uma machadinha e um canivete foram usados na ação, segundo o tenente Márcio Filippi, comandante do 10º BPM (Batalhão da Polícia Militar). Conforme a apuração, o assassino chegou à escola em uma moto, pulou o muro e escolheu as vítimas aleatoriamente. Ao perceber que as professoras correram para proteger as demais crianças, ele tentou fugir pulando novamente o muro. Em seguida, se entregou.

Em 27 de março, a professora de ciências Elisabeth Tenreiro, 71, foi morta em um ataque na escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo. Ela era descrita como apaixonada pelas filhas e pelos netos. Um aluno de 13 anos a atacou com uma faca pelas costas.

O agressor também feriu dois alunos e outras três professoras. O adolescente, que era aluno do 8º ano do ensino fundamental na escola, foi apreendido.

FRANCISCO LIMA NETO E CATARINA SCORTECCI / Folhapress

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