SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O relator da revisão do Plano Diretor de São Paulo, Rodrigo Goulart (PSD), passou o fim de semana negociando com vereadores da situação e da oposição na cidade e admite que alguns pontos de sua proposta inicial serão modificados.
Um dos itens mais criticados do substitutivo apresentado por ele, o que previa a ampliação da área no entorno do metrô em que serão permitidas a construção de prédios sem limite de altura, sofrerá alterações.
Pelas regras hoje em vigor, as construtoras só podem erguer edifícios altos em um diâmetro de até 600 metros.Goulart tinha previsto a ampliação para 1.000 metros, ou 1 km, o que permitiria que as construtoras avançassem para o miolo dos bairros.
Ele deve fazer uma proposta intermediária, prevendo o aumento para 800 metros.
Já no entorno de corredores de ônibus, a expansão prevista será mantida, de até 300 metros para até 450 metros.
“Passei o sábado e o domingo conversando com vereadores”, afirma ele. “Não foram apenas parlamentares do PT e do PSOL [os que mais atacavam o substitutivo dele] que fizeram propostas. Os vereadores da base também”, diz Goulart.
“Levamos em conta também o que foi discutido em cinco audiências públicas que fizemos depois que apresentei o substitutivo”, afirma ele.
Um dos principais interlocutores de Goulart foi o ex-vereador petista Nabil Bonduki, que participou da elaboração do atual Plano Diretor da cidade. Ele era contra as propostas da revisão e ajudou o PT e o PSOL a elaborarem propostas alternativas que serão apresentadas nesta segunda (19) em entrevistas coletivas.
Outro recuo: Goulart deve retirar da revisão a proposta de que empresas paguem em obras a autorização para que construam além do limite permitido em determinadas regiões. Hoje essa compensação é feita em dinheiro.
MÔNICA BERGAMO / Folhapress