BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Fiat, do grupo Stellantis, é a montadora que mais consumiu recursos do programa do governo Lula (PT) que busca reduzir o preço dos carros populares, com R$ 130 milhões em créditos tributários, o que representa 26% do total disponível.
A Fiat e a Renault são as duas montadoras que oferecem o maior desconto do programa. Há três versões do Fiat Mobi 1.0 Like Flex de quatro portas com o abatimento de R$ 8.000 e uma versão da Renault, o Kwid 1.0 Zen.
Neste fim de semana, o volume de recursos solicitados pelas montadoras para automóveis alcançou R$ 320 milhões. Com isso, já foram consumidos 64% do total de créditos tributários concedidos para a aplicação de descontos ao consumidor nessa modalidade em menos de 15 dias.
As informações foram atualizadas nesta segunda-feira (19) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Entre as outras montadoras que aderiram ao plano, a Volks solicitou R$ 50 milhões, a Peugeot Citroen teve R$ 40 milhões autorizados e a Renault somou R$ 30 milhões em créditos. Completam os pedidos GM e Hyundai com R$ 20 milhões cada; e Honda, Nissan e Toyota com R$ 10 milhões cada até o momento.
As montadoras podem pedir mais recursos na medida em que usarem os montantes solicitados até que o limite de R$ 500 milhões como crédito tributário para automóveis seja atingido.
A medida, prevista no lançamento para durar quatro meses, pode ser encerrada já nos próximos dias. Oficialmente, o governo nega as intenções de prorrogar o programa.
O pacote de desconto conta com 266 versões de automóveis e 32 modelos de nove montadoras. A lista foi atualizada na última sexta-feira (16), quando entraram mais 33 versões e um novo modelo o Honda City nas versões Hatch EX e Sedan EX, com R$ 4.000 de desconto. Veja aqui a lista completa de carros com desconto.
Como a lista é dinâmica, outros modelos podem ser incluídos pelas montadoras a qualquer momento. Os descontos vão de R$ 2.000 a R$ 8.000, podendo alcançar valores maiores a critério das fábricas e concessionárias, e são válidos para veículos novos com preços de mercado até R$ 120 mil.
Menor preço, maior eficiência energética e maior densidade industrial (capacidade de gerar emprego e crescimento no entorno) foram os três critérios levados em conta para a definição das faixas de desconto. Quanto maior a pontuação nesses requisitos, maior o desconto aplicável.
O programa também é destinado para o barateamento de caminhões e ônibus, com descontos que vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil. Ao todo, o programa soma R$ 1,5 bilhão em recursos sendo R$ 500 milhões para carros. R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus.
Dez montadoras aderiram ao programa na modalidade ônibus e 13 na modalidade caminhões. Até o momento, o volume de recursos solicitados atingiu R$ 100 milhões para caminhões (14% do teto) e R$ 130 milhões para ônibus (43% do total disponível).
Para caminhões e ônibus novos, os descontos aumentam conforme os veículos vão ficando mais caros. Podem ser adquiridos modelos leves, semileves, médios, semipesados e pesados; e ônibus urbanos e rodoviários.
NATHALIA GARCIA / Folhapress