Sucesso nas décadas de 50 e 60, Agostinho dos Santos é um cantor e compositor brasileiro que trouxe muitas contribuições para a MPB. Após o auge de sua carreira, ele deixou o mundo prematuramente aos 41 anos depois de ser vítima de um acidente de avião.
Quase 50 anos após sua morte, suas canções continuam inspirando gerações! A seguir, saiba quem foi Agostinho dos Santos:
Quem foi Agostinho dos Santos?
Agostinho dos Santos nasceu no dia 25 de abril de 1932 e foi nascido e criado em São Paulo. Com uma voz suave, ele era um cantor eclético, mas sempre chamou atenção por suas letras românticas, que foram um verdadeiro sucesso na década de 50 e 60.
Talento nunca faltou ao cantor paulista, às vezes o que falta é oportunidade. No início de sua carreira, ele atuou como crooner de orquestra, mas novas oportunidades foram surgindo, o que o ajudou a se inserir no cenário musical brasileiro.
Em 1951, ele conseguiu seu primeiro contrato com uma rádio, que foi a Rádio América, com a ajuda do trompista José Luis. Em seguida, ele foi para a Rádio Nacional de São Paulo e também chamou atenção da Rádio Mayrink, no Rio de Janeiro, onde foi chamado para cantar ao lado das artistas Sylvia Telles e Ângela Maria, junto à Orquestra Tabajara de Severino Araújo.
Em 1956, mais uma conquista veio: gravou um LP em parceria com Dolores Duran e Tom Jobim, que na época estavam no início de suas carreiras musicais. O LP se chamou Uma Voz e Seus Sucessos.
Mas foi a participação no filme Orfeu Negro (1959), dirigido por Marcel Camus que realmente impulsionou seu sucesso. O longa chamou atenção com a trilha sonora que contava com canções compostas pelos gigantes Vinícius de Moraes e Tom Jobim. Agostinho deu vida a voz de Orfeu nas partes em que ele cantava, interpretando canções que se tornaram memoráveis em sua voz, como Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá) e A Felicidade (Tom Jobim e Vinícius de Moraes).
A partir daí, a carreira do cantor paulista decolou e a visibilidade do filme lhe trouxe reconhecimento no meio musical, não só no âmbito nacional, como também internacional, e até prêmios.
Prova de seu sucesso internacional foi a participação no Festival de Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova York, no ano de 1962, junto a Oscar Castro Neves.
Com a visibilidade no meio musical, o cantor gravou diversos discos ao longo de sua carreira.
Confira todos eles a seguir:
- Agostinho dos Santos (1956);
- Agostinho Espetacular (1958);
- Antônio Carlos Jobim e Fernando Cesar Na Voz de Agostinho do Santos (1958);
- Uma Voz e Seus Sucessos (1958);
- Inimitável (1959);
- Agostinho, Sempre Agostinho (1960);
- A Presença de Agostinho (1961);
- Agostinho Canta Sucessos (1961);
- Agostinho dos Santos Canta Boleros Famosos (1962);
- Mais Boleros Famosos – Agostinho dos Santos em Espanhol (1963);
- Vanguarda (1964);
- Agostinho dos Santos (1966);
- Agostinho dos Santos (1967);
- Música Nossa (1967);
- Agostinho dos Santos (1969);
- Agostinho dos Santos (1970);
- Agostinho dos Santos (1973);
Relembre 5 canções que marcaram a trajetória de Agostinho dos Santos
Ao longo de sua trajetória, o cantor e compositor interpretou diversas canções que se tornaram grandes sucessos durante o auge de sua carreira, sendo algumas delas composições próprias e outras composições de grandes nomes da MPB.
Relembre 5 músicas de sucesso que marcaram a trajetória de Agostinho dos Santos:
1. A Felicidade (1958)
Ouça a canção:
2. Manhã de Carnaval (1962)
Confira Manhã de Carnaval:
3. Meu Benzinho (1956)
Relembre a canção Meu Benzinho:
4. Balada Triste (1958)
Ouça a seguir:
5. Estrada do Sol (1958)
Confira a canção:
A morte prematura de Agostinho dos Santos
Com o tempo, o sucesso do cantor paulista foi perdendo força, mas ele não desistiu e continuou investindo no meio musical para tentar voltar às paradas de sucesso.
No dia 07 de julho de 1973, o artista planejava ir rumo à Grécia, mas devido a problemas de documentação do maestro Carlos Piper, eles precisaram adiar a viagem, que só aconteceu dois dias depois.
A viagem foi feita em escala, assim os dois saíram do Rio e o trajeto passaria pela Argentina, Chile, França e Alemanha. Chegando na Europa, eles tomariam o rumo à Grécia. As coisas, no entanto, não saíram como planejado e, quando o avião se aproximava do aeroporto de Orly, na França, para a decolagem, um acidente aconteceu.
Um incêndio começou devido a uma bituca de cigarro largada no banheiro da cauda do avião. Por conta disso, a aeronave não chegou ao aeroporto e 122 pessoas, das 134 que estavam no avião, morreram. Entre elas, estava Agostinho dos Santos.
A morte ocorreu no dia 11 de julho e, no dia seguinte (12), a manchete do Estadão já estampava a notícia:
“O Boeing PP-VFZ da Varig caiu ontem, depois de um incêndio a bordo, a apenas 4 quilômetros (ou 90 segundos) do aeroporto de Orly, em Paris, causando a morte de 122 de seus 134 ocupantes, no maior desastre da aviação comercial brasileira”.
“O acidente tomou ainda maiores proporções, porque havia grande número de pessoas conhecidas entre as vítimas: o senador Filinto Muller, Regina Lecrery, da sociedade carioca, o campeão mundial de iatismo, Joerg Bruder, e o cantor Agostinho dos Santos; entre outros”, continuava a matéria do Estadão.
Com isso, a vida do cantor foi interrompida de forma prematura, deixando saudades àqueles que o admiravam por sua voz e suas letras únicas.
Mesmo com pouco tempo, o cantor e compositor paulista trouxe muitas contribuições para a música nacional graças a seu romantismo, ajudando também a levar a cultura brasileira para outros lugares do mundo. Ainda que escritas há décadas atrás, as canções do artista são atemporais, fazendo sentido e emocionando até os dias de hoje!
Gostou de conhecer a história de Agostinho dos Santos?! Para ficar por dentro de tudo sobre a MPB, continue acompanhando os conteúdos da Novabrasil!