BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou nesta terça-feira (20) que o governo ainda não definiu se irá prorrogar o programa que reduziu o preço de carros no Brasil.
“Isso vai ser decidido um pouco mais para frente. Provavelmente, essa não é uma decisão definitiva, mas provavelmente quando acabar os R$ 500 milhões, acabou o programa, o estímulo”, afirmou.
A Folha de S.Paulo apurou que os recursos solicitados pelas montadoras que aderiram ao programa já somam R$ 300 milhões o que representa 60% do teto disponível.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já afirmou que o governo “não tem margem” para prorrogar os incentivos.
O Executivo reservou R$ 1,5 bilhão para o programa: R$ 500 milhões para automóveis, R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para vans e ônibus.
Alckmin é, hoje, o presidente em exercício, uma vez que o presidente Lula (PT) foi para Europa para reuniões na Itália e na França.
O vice-presidente deu as declarações em entrevista após participar de evento na CNI (Confederação Nacional da Indústria). Ele também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
No encontro, Alckmin fez coro às críticas de Lula ao fato de o Banco Central não baixar a taxa de juros. “Enquanto o juro não cai, e temos certeza que ele vai cair, vamos ajudar para que o consumidor possa ter acesso”, disse.
Na última sexta-feira (16), a Fazenda atualizou a lista de carros incluídos no programa de desconto, chegando ao número de 266 versões e 32 modelos de nove montadoras.
As empresas podem pedir mais recursos na medida em que usarem os montantes solicitados até que o limite de R$ 500 milhões disponíveis como crédito tributário para automóveis seja atingido.
Os descontos patrocinados pelo governo para os carros populares vão de R$ 2.000 a R$ 8.000, podendo alcançar valores maiores a critério de fabricantes e concessionárias. Isso representa uma redução entre 1,6% e 11,6% nos valores atuais.
O evento na CNI era sobre o mercado de carbono. O vice-presidente afirmou que o governo deve definir em breve o que vê como ideal para um marco regulatório para o mercado da área.
“O governo está concluindo o projeto de lei para avaliar a melhor maneira de encaminhá-lo sobre o mercado regulado de carbono”, disse.
MATHEUS TEIXEIRA / Folhapress