SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma policial civil do Maranhão de 53 anos denunciou ter sido agredida a pauladas pelo instrutor de um curso voltado a agentes femininas, realizado no Ceará. O suspeito, um policial militar de Tocantins, foi afastado das aulas.
A agente de segurança publicou nas redes sociais fotografias que mostram hematomas nas nádegas. “Essa sou eu, vítima de um macho escroto que se diz instrutor de curso. Um cabo da Polícia Militar de Tocantins, que, mesmo depois do ocorrido, está sendo ovacionado pela sua instituição e por todos que participaram do curso”, escreveu a mulher.
A policial disse que o PM a chamava de “velha” durante as pauladas e que ele fazia “pressão psicológica”. A declaração foi dada em entrevista ao Diário do Nordeste.
As agressões teriam ocorrido no último dia 8 de junho, durante a 3ª edição do CTAP (Curso Tático Policial Feminino), realizado pela Aesp (Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará).
A vítima conta que, após apanhar, pediu para sair do curso e voltou ao Maranhão. Ela registrou um boletim de ocorrência no dia 10 de junho, ainda no Ceará.
Nesta terça-feira (20), o governo do Ceará exonerou o diretor-geral da Aesp, o coronel da PM Clauber Wagner Vieira de Paula, após a denúncia. A informação foi publicada pelo governador Elmano de Freitas, nas redes sociais. O novo diretor da Aesp será o coronel Kilderlan Nascimento de Souza.
Por nota, Freitas destacou o caso como “inadmissível” e “revoltante”. O governador afirmou também que a apuração será “rigorosa” e “imediata”. “Não compactuamos e não vamos tolerar qualquer tipo de violência contra as mulheres, assim como quaisquer abusos dentro dos nossos cursos de formação”, publicou.
O QUE DIZ A SSPDS-CE
Um inquérito para investigar o caso foi foi instaurado na Delegacia de Defesa da Mulher, onde foram realizadas oitivas, conforme informou a SSPDS-CE. “Desde que tomou conhecimento sobre uma policial civil do Maranhão lesionada durante uma instrução no curso tático promovido pela Aesp, colocou todo o aparato das instituições disponíveis e trata o caso com seriedade”, diz trecho de nota enviada à reportagem.
O policial suspeito de cometer as agressões, que atuava como instrutor do CTAP, foi “imediatamente afastado” das aulas, esclareceu o órgão.
A Secretaria diz ainda que a policial feminina recebeu o apoio de uma equipe que a acompanhou até o Maranhão.
“A pasta reforça ainda que a Controladoria Geral de Disciplina (CGD) dos Órgãos de Segurança Pública, secretaria autônoma e isenta, que tem a função de investigar e garantir o devido processo legal e proporcionar a segurança jurídica na avaliação da conduta e correição preventiva de servidores, determinou imediata instauração de procedimento disciplinar para devida apuração na seara administrativa disciplinar”, afirma a nota da SSPDS-CE.
Redação / Folhapress