SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Equipes de resgate continuam as buscas pelo submarino Titan, que desapareceu no domingo (18) em uma excursão até os destroços do Titanic no oceano Atlântico e que tinha prazo estimado de oxigênio até a manhã desta quinta-feira (22). O caso é o incidente mais recente envolvendo esse tipo de embarcação.
Acidentes com submarinos, um dos mais complexos tipos de embarcação à disposição das Marinhas, não são raros. Em 2017, a Argentina perdeu o ARA San Juan, que afundou após uma explosão interna não explicada até hoje. Caso mais clássico ainda é o do Kursk, submarino nuclear russo que afundou depois de uma explosão no compartimento de torpedos em 2000, no início da era Vladimir Putin no poder.
Relembres outros incidentes envolvendo submarinos a seguir.
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Submarino KRI Nanggala-402, Indonésia (2021)
O submarino KRI Nanggala-402, construído na Alemanha e que estava em operação na Indonésia desde 1981, foi declarado desaparecido em 21 de abril de 2021, após exercícios com torpedos. A embarcação foi encontrada quatro dias depois, dividida em pelo menos três partes, e com todos os 53 tripulantes mortos.
Investigações apontam que o submarino pode ter sido esmagado pela pressão da água devido à profundidade maior do que ele poderia suportar. Varreduras feitas com sonar detectaram objetos em regiões com profundidade de até 850 metros -o Nanggala era capaz de descer a cerca de 250 metros.
Submarino San Juan, Argentina (2017)
O submarino ARA San Juan desapareceu em 15 de novembro de 2017 durante um exercício de vigilância na zona econômica exclusiva marítima da Argentina, a cerca de 400 km a leste de Puerto Madryn, na Patagônia. Investigações apontam que a embarcação afundou após uma explosão interna, que não é explicada até hoje. O veículo só foi encontrado um ano depois. Os 44 tripulantes morreram.
O desaparecimento do submarino colocou em choque o então presidente da Argentina, Maurício Macri, e líderes das Forças Armadas. Na época, o chefe do Executivo argentino se irritou ao ser informado do caso pela imprensa e depois por não receber os boletins atualizados. O comandante da Marinha acabou afastado quando, meses após o incidente, as buscas não davam sinal de resultados.
Submarino Sindhurakshak, Índia (2013)
O submarino INS Sindhurshak explodiu em 14 de agosto de 2013 no estaleiro de Mumbai, no oeste da Índia, onde estava estacionado. A embarcação foi construída em 1995 e havia sido reformada por uma empresa russa. Todos os 18 tripulantes a bordo morreram.
Após a explosão, o submarino pegou fogo, e os bombeiros só conseguiram controlar as chamas horas depois. Foi o pior acidente registrado na Marinha indiana em décadas. As causas permanecem incertas.
Submarino Nerpa, Rússia (2008)
Em novembro de 2008, 20 pessoas morreram no submarino Nerpa, quando o sistema de combate a incêndio disparou e lançou gás letal em compartimentos da embarcação.
Os tripulantes morreram asfixiados por gás CFC (cloro-flúor-carbono). Dezenas de tripulantes dormiam quando o gás se espalhou. No momento do acidente, havia 208 pessoas a bordo, das quais 81 eram soldados. Dos mortos, 17 eram civis. O acidente ocorreu durante testes em águas do mar do Japão.
Submarino Ming, China (2003)
Todos os 70 tripulantes do submarino chinês morreram em um acidente na costa do país, provocado por uma falha mecânica durante um exercício militar. O acidente, em maio de 2003, foi causado após um problema no sistema de ventilação, que não detectou os baixos níveis de oxigênio e sufocou toda a tripulação.
A embarcação foi recuperado e rebocada para um porto. O caso é considerado uma das piores tragédias com submarinos na China.
Submarino Kursk, na Rússia (2000)
O submarino nuclear Kursk sofreu uma explosão no seu compartimento de armas e afundou no mar de Barents (oceano Ártico) matando os 118 tripulantes -o que até hoje figura entre os piores acidentes subaquáticos do mundo.
O Kursk, então considerado um orgulho e “indestrutível” pelos russos, era equipado com 24 mísseis de cruzeiro Granit. Ele naufragou no dia 12 em agosto de 2000 e foi localizado a 108 metros de profundidade um dia depois. A tragédia aconteceu quatro meses após a posse do presidente Vladimir Putin, que foi muito criticado por não ter interrompido suas férias quando soube do ocorrido.
O caso ainda hoje é cercado de dúvidas. Uma investigação oficial disse que um torpedo explodiu dentro do submarino, mas não conseguiu descobrir por que isso aconteceu.
Redação / Folhapress