Pedro Sampaio fala sobre bissexualidade

BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) – Pedro Sampaio, 25, em entrevista à Quem:

Coragem para falar: “Minha carreira começou cedo, aos 13 anos, ao mesmo tempo em que eu estava tentando me descobrir e me desenvolver como indivíduo. Antes de tornar pública minha condição, minha sexualidade, quis viver a questão internamente, com meus amigos e familiares. Apesar de ter nascido assim, foi preciso coragem e segurança para falar abertamente sobre o tema”.

Família: “No começo desse ano, logo depois da virada, decidi ter uma conversa sincera com minha mãe, minha irmã e minha tia. Acredito que todas as pessoas LGBTQIAPN+ passam por esse momento. O papo foi tranquilo. Com meu pai, no entanto, foi diferente. Ele sofreu. Mas deixei claro que só estava me mostrando como filho e que não esperava nada. Eu me lembro de um momento em que disse: ‘Imagina uma vida inteira sem me conhecer 100%’. Ele ficou cabisbaixo e introspectivo por um tempo. Até que certo dia, papai entrou no meu quarto para pedir desculpas, pois sabia que estava diferente comigo desde a descoberta”.

Apoio na comunidade: “Cada situação é única, mas a comunidade precisa se apoiar. Não é raro lermos relatos na internet de pessoas que acabaram expulsas de casa ao revelar sua condição de vida. Podemos transformar esse lugar caótico em acolhedor”.

Ser inspiração: “Para mim, como artista, é essencial ser quem eu sou, entende? Precisamos ter mais vozes compartilhando experiências. Antes de conversar com a família, procurei vídeos para encontrar caminhos. Quero ser alguém que inspire os semelhantes”.

Honestidade: “Hoje, aos 25 anos, me sinto tranquilo. Tempos atrás, uma carta como essa me deixaria nervoso. Eu suava em entrevistas longas com medo de perguntas íntimas de jornalistas. Contratantes, marcas e fãs não mudaram. As pessoas sabem exatamente quem eu sou. Vivo um momento magnífico. Estou seguro e aberto a qualquer tipo de pergunta. Costumo ser reservado, mas não dá para se calar sobre isso, não seria honesto nem saudável me esconder. Preciso ser um agente do movimento, falar, ouvir, ocupar espaço”.

Redação / Folhapress

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