Amanhã completaremos dois anos sem o grande Moraes Moreira.
O baiano nos deixou de forma inesperada, no dia 13 de abril de 2020, aos 72 anos, após sofrer um infarto agudo do miocárdio.
Seu talento e genialidade fazem de Moraes um dos nomes mais importantes da música popular brasileira de todos os tempos. Sua presença ilustre e eterna neste mundo merece todas as homenagens possíveis, sempre.
Por isso, trouxemos uma lista com 10 curiosidades sobre Moraes Moreira para vocês! E, caso queiram conhecer a trajetória do artista ainda mais a fundo, acessem o episódio completo sobre Moraes Moreira no Acervo MPB, nosso Podcast especial Novabrasil.
1- Antônio Carlos Moraes Pires começou a sua trajetória musical tocando sanfona de doze baixos em festas e eventos de sua cidade natal, Ituaçu, na Chapada Diamantina. Na adolescência, enquanto fazia um curso científico no interior da Bahia, começou a aprender violão e apaixonou-se pelo instrumento.
2 – Mudou-se para Salvador aos 19 anos, com o intuito de estudar medicina, mas a arte falou mais alto e, logo, decidiu cursar o Seminário de Música na Universidade Federal da Bahia. Lá, conheceu Tom Zé, que dava aulas de violão e passou a ensinar mais sobre o instrumento para Moraes Moreira. Os dois também trocavam figurinhas sobre harmonia e composição.
3 – Foi Tom Zé quem apresentou Moraes a Luiz Galvão, que tornou-se um de seus maiores parceiros musicais. Os dois juntaram-se a Paulinho Boca de Cantor, Pepeu Gomes, Baby do Brasil e outros músicos e formaram o grupo Novos Baianos. A banda transformou a cena musical brasileira com suas composições icônicas, a maioria delas, parcerias de Moraes com Galvão, como: A Menina Dança, Acabou Chorare, Preta Pretinha, Tinindo Trincando, e Mistério do Planeta.
4 – O som dos Novos Baianos é algo totalmente único na história da música brasileira: uma mistura de rock – vertente inicial do grupo – com samba, ijexá, frevo, choro, baião, influências da Tropicália, da Jovem Guarda, do rock internacional e da bossa nova.
5 – João Gilberto foi um dos grandes responsáveis pela estética multifacetada do Novos Baianos e frequentador assíduo do apartamento no qual o grupo morou junto, no Rio de Janeiro. Moraes contava que “roubou” muitos acordes que aprendeu com João no violão para utilizar em suas canções.
6 – O antológico disco Acabou Chorare, de 1972 – segundo álbum dos Novos Baianos, que foi desenvolvido quando a banda viveu em comunidade no famoso sítio de Jacarepaguá – é considerado e um dos mais importantes discos nacionais. Foi eleito, pela Revista Rolling Stone Brasil, em 2007, como o primeiro de uma lista dos 100 maiores discos de música popular brasileira de todos os tempos.
7 – Quando resolveu sair do grupo, em 1975, Moraes tornou-se o primeiro cantor de trio elétrico do Brasil. Antes dele, os trios elétricos eram somente instrumentais e – quando Moraes assumiu os vocais do trio de Dodô e Osmar, em 1976 – o carnaval baiano nunca mais foi o mesmo. O baiano é um dos grandes responsáveis pela afirmação e pelo crescimento do carnaval de rua de Salvador. Fazendo fusões entre o frevo, a guitarra baiana e o batuque dos blocos afro, influenciou e abriu caminho para uma geração de cantores de trio elétrico que vieram depois, criando clássicos como: Pombo Correio, Bloco do Prazer, Vassourinha Elétrica e Chame Gente.
8 – Depois disso, muitos outros discos e composições inesquecíveis fazem de Moraes um patrimônio da nossa música popular brasileira, como Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira, Sintonia, Chão da Praça e Festa do Interior. Ele coleciona ainda apresentações antológicas no Rock in Rio de 1985, 1991 e 2001.
9 – Com mais de 50 anos de carreira, o cantor, compositor e instrumentista gravou mais de 40 álbuns, entre discos solo, com os Novos Baianos e outras parcerias. Foi gravado por muitos nomes importantes da MPB como Gal Costa, Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Marisa Monte e Daniela Mercury. Além de Davi Moraes, seu filho, que – com sua carreira na música – também honra o legado deixado pelo pai.
10 – Mestre no que diz respeito à diversidade musical, Moraes traz em suas canções, além do rock, do samba, do frevo e do choro, influências da música erudita e até do hip-hop. Era também um excelente cordelista. Muito influenciado pelo gênero tradicionalmente nordestino, Moraes tem até cadeira na Academia Brasileira de Literatura de Cordel e publicou um livro escrito todo nessa linguagem, em que conta a história dos Novos Baianos.