Livraria Cultura fecha no Conjunto Nacional sem previsão de reabertura

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Livraria Cultura do Conjunto Nacional, uma das mais tradicionais de São Paulo, fechou oficialmente as portas nessa segunda-feira (26).

Clientes que estavam no local relataram nas redes sociais que tiveram de sair a pedido dos funcionários após a confirmação do decreto de falência pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, emitido em maio ao derrubar a liminar requerida pela empresa para reconsiderar o processo.

À reportagem, o advogado Oreste Laspro, responsável pela defesa da empresa, afirmou que o tribunal negou o efeito suspensório de falência e que, portanto, está sendo cumprida a desocupação do imóvel no Conjunto Nacional conforme a ordem de despejo em andamento. A decisão do colegiado, indeferindo a suspensão, foi emitida na noite de sexta-feira (23).

A loja no coração da capital Paulista foi inaugurada em 1969 pela proprietária Eva Hertz. Em 2007, passou por uma grande reforma que a fez ocupar outras quatro lojas menores do edifício junto ao histórico Cine Astor.

A defesa da livraria afirmou que não há previsão de reabertura.

Por volta das 11h, o oficial de justiça entrou na livraria para cumprir a ordem. No final do dia, já não havia nenhum funcionário da livraria no local. Segundo uma funcionaria do café que preferiu não se identificar, as editoras passaram o resto do dia retirando livros do local.

Pelas portas de vidro, era possível notar estantes vazias e a iluminação das escadas que levam ao andar de cima. Um grupo pequeno de pessoas estava em frente a entrada por volta das 18h dessa segunda, ainda surpresas com as portas fechadas.

Thiago Gomes, 39, operador de mercado financeiro e morador dos jardins, passou em frente a livraria como de costume para procurar um titulo e se surpreendeu ao encontrar as portas fechadas.

Ele contou que frequentava a livraria desde jovem, assim como a Fnac da mesma Avenida e a Saraiva do Shopping Paulista -todas fechadas permanentemente.

“A Cultura sempre fez parte do meu roteiro”, conta. Anderson Fazollo, 44, também estava em frente a loja. Morador de Ubá, Minas Gerais, ele vem a São Paulo a cada seis meses e costumava matar o tempo na Livraria depois de seus compromissos.

Ele foi nessa segunda na esperança de comprar alguns livros infantis na promoção para seus filhos, títulos que havia avistado em sua passagem de domingo pela livraria -quando, segundo ele, estava cheia de pessoas e em funcionamento normal.

“Uma parte da historia tá sendo apagada. Pra mim era um ponto turístico”, desabafou.

ALESSANDRA MONTERASTELLI / Folhapress

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