SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O carnavalesco e cenógrafo Mário Monteiro morreu nesta quinta-feira, 29, no Rio de Janeiro. Ele estava internado há duas semanas em um hospital na zona sul da cidade, por conta de um câncer pulmonar. Sua idade não foi divulgada.
No Carnaval do Rio, Monteiro foi responsável pelo desfile da Estácio de Sá que saiu campeão da edição de 1992, até hoje o único conquistado pela escola de samba. Ao lado de Chico Spinosa, ele criou o enredo “Paulicéia Desvairada”, que celebrava os 70 anos do modernismo.
Ele também trabalhou em desfiles da Portela, Unidos da Tijuca, Acadêmicos do Salgueiro e Unidos do Viradouro.
O carnavalesco encerrou a carreira em 2019, quando foi responsável pela apresentação da Imperatriz Leopoldinense.
Já na carreira como cenógrafo, Monteiro trabalhou por mais de três décadas no núcleo de dramaturgia da TV Globo. Como diretor de arte, ele cuidou de diversas novelas da emissora, como “Dancin’ Days”, de 1978, e “A Vida Como Ela É”, de 1996.
Seu trabalho mais conhecido foi a cidade cenográfica de “Irmãos Coragem”, de 1970. A produção foi a primeira criada para uma novela, e foi considerada de outro patamar na época do lançamento.
Segundo Daniel Filho, diretor da novela, Monteiro também foi responsável pela discoteca de “Dancin’ Days”, outro grande sucesso da emissora. “Ele foi um companheiro da vida, trabalhamos juntos desde 1968”, diz à Folha. “A amizade, talento e inventividade dele está presente em quase todos meus trabalhos.”
Filho e Monteiro ainda trabalharam juntos nos filmes “Boca de Ouro”, de 2019, e “O Silêncio da Chuva”, de 2020, ambos do cineasta.
Mário Monteiro deixa a mulher, Kaká Monteiro, e uma filha. O velório acontece na sexta-feira, 30, e é restrito a amigos e familiares do cenógrafo.
Redação / Folhapress