Zenit esquece argentinos com joias do Corinthians e segue de olho no Brasil

SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Zenit (Rússia) tem montado uma legião de brasileiros, com a maioria ex-Corinthians. E cabe mais.

O Zenit teve um período com várias contratações de argentinos, mas agora mira o Brasil e o Corinthians. Em 2017, os “hermanos” Mammana, Kranevitter, Driussi, Rigoni e Paredes estiveram na Rússia.

Atualmente, o Zenit tem oito brasileiros: os zagueiros Robert Renan e Rodrigão, o lateral-esquerdo Douglas Santos, os volantes Wendel e Du Queiroz, o meia Claudinho e os atacantes Malcom e Mantuan. Pedro irá em 2024.

Robert Renan, Du Queiroz, Claudinho, Malcom e Mantuan jogaram pelo Corinthians, enquanto Pedro é a nova aposta do clube russo. O limite é de 13 estrangeiros, com oito em campo simultaneamente. O Zenit ainda tem os colombianos Barrios e Cassierra e o cazaque Alip.

O Zenit, com Pedro, ocupará 12 vagas de estrangeiros e está de olho no 13º. Claudinho e Wendel estão na mira de Flamengo e Corinthians, respectivamente, e podem abrir mais espaço. Os russos admitem que mais brasileiros podem chegar.

YURI ALBERTO AJUDOU

O Zenit negociou Yuri Alberto com o Corinthians e levou Robert Renan e Du Queiroz em definitivo, além das preferências por Mantuan e Pedro, que agora foram comprados pelo clube russo.

O Corinthians não via chance de perder Yuri, até então destaque da equipe, após o empréstimo. Sem dinheiro, o Timão aceitou envolver vários jogadores e agora é criticado.

Robert Renan, por exemplo, foi convocado para a seleção principal e está na mira de grandes clubes da Europa. Só ele deve gerar grande lucro ao Zenit, e no Timão não teve tempo de jogar.

UM “INTRUSO”

O Zenit tem apenas um brasileiro na sua comissão técnica: William Oliveira, que está na Rússia há 14 anos.

William foi revelado pela Caldense e jogou em times médios do Brasil até chegar ao Amkar, da Rússia. No país, também vestiu as camisas do Shinnik, Brianks e Ufa.

No Ufa, William parou de jogar em 2014 e se tornou auxiliar. Lá, conheceu o técnico Sergey Semak, que o levou ao Zenit em 2019.

“Claro que eu ajudo nesse acompanhamento do futebol brasileiro, além do nosso scout. E o Semak é fã do estilo de jogo dos brasileiros. Ele era um atleta muito inteligente, ídolo na Rússia, e preza bastante pela inteligência que nós brasileiros temos em campo, além da técnica. Com os resultados que obtivemos nos campeonatos, pudemos modelar a equipe da maneira que a gente gosta de jogar. A qualidade brasileira ajuda bastante”, disse Oliveira à reportagem.

EFEITO HULK

Hulk, atualmente no Atlético-MG, ficou no Zenit entre 2012 e 2016 e se tornou um dos maiores da história do clube.

O sucesso de Hulk abriu o caminho para mais brasileiros no clube. A assertividade dos “brazucas” é boa e sempre há um destaque, como Malcom, artilheiro do Campeonato Russo e convocado para a seleção brasileira.

O Zenit se tornou um reduto para brasileiros. Os torcedores costumam comemorar a chegada de reforços do Brasil como se fossem garantia de sucesso.

“Antes do Hulk, de fato poucos brasileiros vinham para cá. Hoje se tornou um mercado muito interessante. Não gastamos tanto com jogadores brasileiros e estamos muito felizes, assim como com os colombianos do nosso elenco”, falou o auxiliar William.

CONFLITO COM A UCRÂNIA

A guerra assustou os estrangeiros do Zenit, mas o clube russo conseguiu manter a maioria no elenco.

Os relatos dos brasileiros são de tranquilidade para trabalhar, apesar do conflito entre Rússia e Ucrânia continuar.

“A princípio, claro que a gente ficou um pouco apreensivo com todas as notícias que a gente escutava, principalmente o pessoal que estava no Brasil, ouvindo muita coisa que na verdade não era verdade, mas depois, com o passar dos dias, a gente viu que a situação aqui na Rússia não mudou absolutamente nada. O clube deu um respaldo muito grande para todos os seus atletas e foi importante também a família dos jogadores que está sempre com eles aqui. Ele sentiram que está tudo tranquilo e que a vida seguiu normal”, avaliou William Oliveira.

LUCAS MUSETTI PERAZOLLI E GABRIELA BRINO / Folhapress

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