SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Google Play tirou o aplicativo ICQ do ar na tarde desta sexta (30), por volta das 17h. Pouco antes, reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que existem na plataforma diversos grupos usados para disseminação de fotos e vídeos de abuso sexual infantil.
O Google afirma que o aplicativo foi analisado e removido por violar as políticas do Google Play.
Procurado, o ICQ não respondeu à reportagem até a publicação deste texto.
Por meio de nota, a big tech disse que os produtos do Google têm proteções para banir e limitar acesso a “conteúdos abomináveis que retratam abuso sexual infantil e exploração de menores”, refletindo seu compromisso de manter seus usuários protegidos.
“No Google Play, todos os desenvolvedores estão sujeitos às políticas do programa de desenvolvedores. Se uma violação for comprovada, o aplicativo pode ser removido e o desenvolvedor banido da loja. Qualquer pessoa pode denunciar um aplicativo quando houver violação de nossas políticas”, acrescentou.
O ICQ segue disponível em outras lojas virtuais. No aplicativo, bastante popular nos anos 1990, imagens criminosas são oferecidas e comercializadas livremente em grupos que reúnem milhares de usuários. O Ministério da Justiça confirmou que as denúncias contra o programa estão sendo analisadas pela Polícia Federal.
Entre os grupos nos quais há divulgação de material de pornografia infantil alguns contam com mais de 3.000 participantes, e o português é o idioma principal.
As comunidades recebem dezenas de novos membros diariamente -que também vão sendo deletados ao longo do dia. Chega-se a esses grupos por meio de links divulgados em outras redes sociais mais famosas, como Facebook e Instagram, e em mecanismos de buscas como o Google.
Uma reportagem do site Núcleo publicada na semana passada já mostrava que esses links para grupos do ICQ circulavam no Facebook.
Os termos de uso do ICQ afirmam que o usuário não deve utilizar a plataforma para assediar, ameaçar, abusar, difamar, constranger ou causar sofrimento ou desconforto a outro participante.
A empresa ainda alega que os conteúdos publicados são responsabilidade de cada usuário.
“É importante […] que você saiba que qualquer divulgação e publicação são feitas por você por sua conta e risco”, afirma o texto. Diz ainda que o aplicativo não deve ser usado por menores de 13 anos, mas não há controle em relação à idade do usuário.
ISABELLA MENON / Folhapress