SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Fenabrave (federação que representa as concessionárias) disse nesta terça-feira (4) que está preparando uma nova sugestão de programa para dar sequência à medida do governo federal que oferece descontos para carros de até R$ 120 mil.
Segundo José Maurício Andreta Júnior, presidente da entidade, os estudos técnicos vão considerar questões como manutenção da arrecadação pelo governo, preço acessível, impacto no ambiente e crédito.
“Tem que ter uma sequência desse trabalho. Nós, da Fenabrave, já estamos com o nosso pessoal técnico trabalhando em cima disso. Nós apresentamos um estudo lá atrás [antes da medida atual do governo]. Nós estamos agora revendo. Nós vamos começar a estudar o que aconteceu para que a gente possa propor um projeto para o governo melhor do que o primeiro”, disse Andreta Júnior.
A Fenabrave apresentou, também nesta terça-feira, os resultados das vendas de carros de junho. Os automóveis comerciais leves, que foram beneficiados pelo programa do governo que oferece descontos para carros, registraram 179,7 mil emplacamentos no mês passado, o que representa um crescimento de 8,02% em relação a maio.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, as vendas desses modelos aumentaram em 8,61%.
Ao somar com caminhões e ônibus, a alta mensal foi de 7,39%, com 189,5 mil emplacamentos no total.
Ainda de acordo com Andreta Jr., se não fosse o programa criado pelo Mdic (Ministério da Indústria), o setor estaria revisando para baixo o crescimento para este ano. Apesar de apontar um cenário mais positivo, Andreta Jr. diz que ainda é cedo para aumentar a projeção de alta de 3,3% em vendas para o ano.
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou uma medida provisória que ampliou em mais R$ 300 milhões os recursos destinados ao programa -antes já estavam investidos R$ 500 milhões.
Segundo Tereza Fernandez, consultora da Fenabrave, o grande problema atual do setor é a falta de acesso ao crédito pelos consumidores, que decorre da alta inadimplência.
PAULO RICARDO MARTINS / Folhapress