OceanGate suspende operações após implosão do submarino Titan

LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) – A empresa OceanGate, dona do submersível Titan, que implodiu no oceano Atlântico durante uma viagem aos destroços do Titanic, suspendeu todas as operações de exploração que realizava após a tragédia que resultou na morte de cinco pessoas no mês passado.

Desde esta quarta-feira (5), há uma mensagem em vermelho no topo do site da empresa que afirma que as operações de exploração e também quaisquer tratativas comerciais foram interrompidas.

A empresa foi alertada mais de uma vez sobre a insegurança do veículo, mas discordou das críticas. Por se tratar de uma inovação, justificou, o empreendimento não atenderia a padrões de certificação.

Em carta de 2018, o comitê de veículos subaquáticos da Sociedade de Tecnologia Marítima, grupo que reúne líderes da indústria de submersíveis, alertou para possíveis consequências “catastróficas” em decorrência da abordagem experimental.

A viagem que terminou na implosão era a quinta missão da “Expedição Titanic” em 2023 —uma tentativa de aumentar o acesso do público ao oceano profundo, de acordo com a descrição no site da companhia.

A OceanGate cobrou US$ 250 mil (R$ 1,2 milhão) por uma vaga na expedição de oito dias para ver os restos do Titanic, que afundou em sua viagem inaugural após bater num iceberg, em 1912.

Os destroços do transatlântico, cuja tragédia matou mais de 1.500 pessoas, estão 1.450 km a leste de Cape Cod, no estado americano de Massachusetts, e 640 km ao sul de St. John, no Canadá.

O Titan desapareceu no Atlântico no último dia 18, 1h45 após o início do mergulho. Em 22 de junho, a Guarda Costeira dos EUA confirmou que o submersível sofreu uma implosão. Desde então, surgiram muitas questões sobre a estrutura do modelo.

Estavam no Titan o empresário americano Stockton Rush, 61, dono da OceanGate e piloto do veículo, o bilionário britânico Hamish Harding, 58, presidente-executivo da empresa Action Aviation, o empresário paquistanês Shahzada Dawood, 48, vice-presidente do conglomerado Engro, e seu filho Suleman Dawood, 19, e o francês Paul-Henri Nargeolet, 77, mergulhador especialista no Titanic.

A embarcação tinha capacidade para fornecer oxigênio por 96 horas. O Titan era dirigido por um controle semelhante ao de videogames, e seu interior era apertado e simples. Os destroços do submersível foram retirados do oceano na manhã do último dia 28.

Redação / Folhapress

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