Treinar clube e seleção, como Diniz fará, é comum no vôlei e no basquete

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Dividir atenções entre clube e seleção não é exclusividade do acordo entre CBF e Fluminense por Fernando Diniz. A prática já foi e segue sendo adotada por potências mundiais em outros esportes.

A jornada dupla de Diniz foi oficializada pela CBF na última terça-feira (4). O técnico comandará o Fluminense no dia a dia e se apresentará à seleção nas Datas Fifa.

O possível conflito de interesses por comandar clube e seleção gerou questionamentos a Diniz. O técnico rechaçou a possibilidade de qualquer problema ético ao conciliar os dois cargos.

O Brasil já teve técnicos em situações parecidas no vôlei. Os nomes históricos Bernardinho e Zé Roberto Guimarães já conciliaram dois empregos e alcançaram sucesso.

A mesma prática é adotada frequentemente no basquete dos Estados Unidos. A seleção mais vitoriosa do mundo recorre a técnicos da NBA, a principal liga do planeta.

ZÉ ROBERTO GUIMARÃES

Zé assumiu a seleção brasileira feminina de vôlei em 2003 como atual campeão da Superliga. O técnico havia voltado ao vôlei em 2000, no comando do Osasco, e conquistou o tricampeonato nacional em 2002/03, 2003/04 e 2004/05.

A carreira na seleção não fez Zé deixar de explorar oportunidades em novos clubes de vôlei feminino. O treinador passou pela Itália, conquistou título europeu com o Fenerbahçe e foi o principal nome de projeto que ergueu o Barueri à elite do vôlei brasileiro.

O técnico atualmente está no THY, da Turquia. Zé Roberto Guimarães segue como técnico da seleção feminina de vôlei há 20 anos.

BERNARDINHO

O técnico passou a maior parte da carreira alternando entre a seleção masculina e clubes femininos, afastando a questão do possível conflito ético. No entanto, Bernardinho já teve experiências com dois empregos na mesma categoria.

Bernardinho comandou a seleção feminina nos Jogos Olímpicos de 1996 e 2000, e ao mesmo tempo fez sucesso no Rexona, do Paraná. O técnico conduziu a equipe ao seu primeiro título da Superliga em 1997/98 e repetiu a dose em 1999/00.

STEVE KERR

O técnico tetracampeão da NBA pelo Golden State Warriors fará sua estreia como comandante da seleção de basquete dos EUA na próxima Copa do Mundo. Ele já trabalhou como assistente em Tóquio-2020. Kerr convocou elenco formado por jovens, sem grandes astros como Kevin Durant, LeBron James e Stephen Curry.

A comissão técnica é composta por outros treinadores da liga. Erik Spoelstra, atual vice-campeão da NBA com o Miami Heat, e Tyronn Lue, comandante do Los Angeles Clippers, serão auxiliares de Kerr.

OUTROS TÉCNICOS OLÍMPICOS DOS EUA

Todos os treinadores que comandaram a seleção norte-americana masculina em Jogos Olímpicos tinham outros empregos. No entanto, a maioria deles ocupava cargo fora do basquete profissional, em clubes amadores ou no sistema universitário – caso de Mike Krzyzewski, medalhista de ouro 2008, 2012 e 2016 enquanto comandava o time da Universidade de Duke.

A seleção voltou a usar técnicos da NBA em Tóquio-2020. Gregg Popovich, nome histórico do San Antonio Spurs, conduziu o país à quarta medalha de ouro consecutiva na modalidade.

Outros quatro treinadores dividiram responsabilidades entre times da NBA e o país. Chuck Daly em 1992 (New Jersey Nets), Lenny Wilkens em 1996 (Atlanta Hakws), Rudy Tomjanovich em 2000 (Houston Rockets) e Larry Brown em 2004 (Detroit Pistons). Apenas o último não conquistou a medalha de ouro olímpica.

Redação / Folhapress

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