Quinta-feira, 13 de julho de 2023. Para os amantes do rock, esta data é um “feriado”, já que é comemorado o Dia Mundial do Rock. Nascido no fim dos anos 1940, nos Estados Unidos, o gênero foi variando seu estilo, saindo de uma pegada mais country e jazz, passando pelo estilo balada, até chegar no modo progressivo, com guitarras e baterias contagiando a sonora.
No Brasil, o rock começou a surgir a partir do fim da década de 1960, com diversos ícones, como Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Jovem Guarda os Novos Baianos, Rita Lee, Cazuza, Paralamas do Sucesso, Titãs e Legião Urbana. Já em Santos e na Baixada Santista, o rock promoveu grandes bandas, como Charlie Brown Jr, Aliados, Blow Up e Mekanika.
Só que na Região, se elas surgiram, muito tem a ser agradecido para o grupo de rock progressivo: o Vulcano. A banda é a pioneira do gênero na região e a THMais conversou com Zhema Rodero, fundador do grupo e ele relembrou a história da banda e a motivação.
“O Vulcano surgiu oficialmente em 1981, porém sua semente foi plantada no final dos anos 70. Em Santos, naquela época já haviam bandas de Rock como a nossa, poucas mas estavam lá, Blow Up, Recordando o Vale das Maçãs, MUC 3, Presensa Rock, Alta Tensão, Satanic e Yard Rats”, conta.
“Nós do Vulcano viemos para dar uma chacoalhada naquela cena e trouxemos a atitude que 35 anos depois chamam de ‘DIY – Do it Yourself’. Conquistamos fãs regionais e lançamos o primeiro e talvez único álbum de estreia ‘ao vivo’. Depois dele prospectamos fãs no Brasil e com o segundo álbum, no mundo todo. A partir dai chegamos em 2023 com cerca de 19 lançamentos em todo o mundo e 41 anos de Banda.
Zhema fez um panorama sobre como era o cenário do Rock no Brasil. Antes, ele relembra que o samba, pagode e a Música Popular Brasileira, ditavam o ritmo. Mas em meados de 1970, principalmente com o processo de redemocratização, o rock tomou conta e caiu no gosto dos brasileiros.
“O Rock sempre existiu desde os anos 40 e no Brasil a porta de entrada dele foi o Porto de Santos. Os ‘night clubs’ apresentavam todas as noites baladas de Rock, elas eram a atração principal da noite, nos anos 60 ele conquistou a juventude ligadas ao movimento ‘Jovem Guarda’ e então vieram os 70 e nos 80 se popularizou nas mídias da época e finalmente nos 90 se consolidou no Brasil e com a principal contribuição Santista ‘Charlie Brown Jr.’
O líder do Vulcano fez questão de relembrar histórias do grupo. “É difícil contar algo interessante sobre nossa trajetória porque se passaram 41 anos e portanto são tantas! Mas talvez um fato possa ser contado aqui. Em uma entrevista para uma mídia francesa, lá nos anos 90, em que eu estava sendo questionado, o repórter fez a seguinte pergunta: Na sua cidade Santos além de Pelé e Vulcano, quem ´são os demais conhecidos? Eu fiquei pasmo com a pergunta”, brinca.
“Somos a maior representação viva e atuante no cenário do Rock representando a Cidade de Santos, porém nunca tivemos qualquer real reconhecimento por isso tudo, infelizmente ainda pensam como no século passado que o Rock é coisa de adolescente alienado e isso passa.”
Rock atual
Se até a metade dos anos 2000, o rock tinha um grande protagonismo, há pelo menos dez anos, caiu significativamente o surgimento de novas bandas. Uma das poucas que vem mantendo a ‘chama’ viva do gênero, é o grupo italiano Maneskin.
Zhema Rodero fez um panorama sobre o que acontece com o rock mundial na atualidade. Ao contrário do que muita gente acredita, o vocalista vê um cenário oposto. “Eu penso ser o contrário! Nos dias atuais surgem bandas novas a todo momento, em cada esquina desse país tem uma banda, talvez estamos passando por uma safra produtiva de bandas de Rock, cabe a nós separar o joio do trigo”.
“Sou da época do ‘free rock’ e nos dias de hoje procuram engessar essa coisa toda e colocá-la em um ou outro rótulo e na medida que alguém escolha um rótulo, esse alguém fica preso àquilo e por outro lado o Rock esta se tornando volátil como todos os demais estilos de música. Tornar-se-á volátil e temporal como todos os demais”.