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Médico preso no Rio vendia óleo de Cannabis por R$ 600, diz polícia

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que o médico Adolfo Antônio Pires, preso nesta terça-feira (11), envazava em sua casa vidros de óleo de Cannabis para vender a R$ 600 cada um. O material foi apreendido na casa dele, durante a operação que o prendeu. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Camila Lourenço, ele será indiciado sob suspeita de tráfico de drogas.

Adolfo Pires foi preso sob suspeita de vender laudos médicos para o cultivo e uso de maconha -acusação que ele negou em depoimento, segundo a polícia. Junto com o médico também foram presos sua mulher, a micropigmentadora Pérola Katarine de Castro, o advogado Patrick Rosa Barreto e o biólogo André Vicente Souza de Freitas.

Segundo a investigação da Polícia Civil, os quatro fariam parte de um esquema que vendia laudos falsos para o tratamento médico com a Cannabis e depois ingressavam com HCs (habeas corpus) na Justiça para autorizar tanto o consumo quanto o cultivo da planta. Procurada, a defesa de Patrick Barreto disse que está analisando os fatos e não comentará o caso por ora.

Pérola de Castro, por sua vez, disse em depoimento que é presidente da associação Capev (Cannabis Pela Vida), que presta atendimento médico e jurídico para pacientes que fazem uso da Cannabis medicinal. André Freitas, que é suspeito de tráfico e de fornecer os insumos e sementes da planta, ainda não indicou quem será seu advogado. À polícia ele negou as acusações.

Segundo a delegada, foi encontrado na casa de Adolfo material para produzir e envasar óleos feitos de Cannabis. De acordo com Camila, alguns produtos eram feitos com teor 100% de THC -a substância responsável pelos efeitos psicoativos.

A venda desses produtos só é permitida no Brasil por empresas e associações com autorização da Anvisa. A compra também só pode ser feita por pacientes que tenham um laudo médico que comprove a necessidade da Cannabis no tratamento, uma permissão da Anvisa para importar ou comprar o remédio e uma autorização judicial para fazer o uso da Cannabis.

Para conseguir a Cannabis através de associações, é preciso que o paciente seja um associado -a “venda” do remédio se dá justamente através da doação e pagamento da anuidade à entidade. Segundo a delegada, não era isso que acontecia no caso de Adolfo e Pérola.

“Eles estavam produzindo o óleo de maneira artesanal, muitas vezes com THC puro, e vendiam para qualquer pessoa. Os clientes não eram associados à Capev”, disse a delegada à reportagem.

A investigadora afirmou também que Adolfo vendia laudos falsos para pessoas que tinham intuito de revender maconha. Na investigação, duas pessoas que tinham recebido o documento do médico teriam contado à polícia que não tinham as comorbidades que afirmava, ter.

Os dois foram presos por tráfico de drogas em abril deste ano e disseram que conseguiram a maconha através de Adolfo. Aos agentes eles teriam afirmado ainda que sofreram extorsão por parte de Pérola por não terem pagado a taxa para que o casal conseguisse um HC para eles.

“No laudo médico de um desses presos constava que ele tinha queimaduras de terceiro grau, o que foi comprovado que não era verdade”, afirmou a delegada.

Suspeitos negam acusações

Adolfo disse em depoimento que é médico autônomo e que apenas cobrava pelas consultas médicas. Ele afirmou que, nos atendimentos, analisava exames e prontuários de pacientes para ver se eles eram elegíveis ou não para o tratamento com a Cannabis.

Pérola também negou que tenha cometido o crime e afirmou que o valor cobrado era a anuidade da associação. O preço, segundo ela, variava conforme as necessidades dos pacientes e suas condições financeiras.

Em relação ao biólogo, a delegada afirmou que foram encontrados na casa dele um caderno de contabilidade e um catálogo com tipos diferentes de skunk.

André negou que vendesse drogas e admitiu ser o dono da página Pink e Cérebro Growers, que dava informações e dicas sobre a maconha e seu cultivo. Segundo o biólogo, ele pretendia abrir um curso sobre o plantio da Cannabis e Patrick, o advogado, o encaminharia para interessados.

CAMILA ZARUR / Folhapress

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