PORTO ALEGRE, RS (UOL/FOLHAPRESS) – O Internacional repetiu a estratégia adotada nas últimas cinco temporadas. Desde 2019, o time vermelho troca de treinador sempre e os efeitos da mudança nem sempre são satisfatórios.
O Inter demitiu Mano Menezes na noite de segunda-feira (17). Eduardo Coudet deve ser confirmado como substituto.
A mudança confirma rotina do clube colorado de trocar de treinador uma vez por ano.
Desde que retornou para a Série A, apenas um treinador começou e terminou a temporada: foi Odair Hellmann em 2018.
Mas nem sempre as trocas surtiram o efeito esperado.
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ESTRATÉGIA QUE DÁ CERTO?
2019 – Sai Odair, entra Zé Ricardo
O Inter vinha de um 2018 bom e manteve Odair Hellmann no comando para a temporada 2019. Ainda que tenha perdido o Gaúcho para o Grêmio, o Colorado chegou nas quartas da Libertadores (eliminado pelo Flamengo) e na final da Copa do Brasil. Foi exatamente a derrota na decisão para o Athletico-PR que abriu caminho para demissão de Odair.
Zé Ricardo foi contratado e não atingiu o objetivo de colocar o clube na zona de classificação direta para a Libertadores seguinte. O treinador saiu ao fim do ano, abrindo caminho para chegada de Coudet, que precisaria enfrentar a fase preliminar da competição continental.
2020 – Sai Coudet, entra Abel
Coudet empolgou no início de sua trajetória. Ainda que não tenha sequer disputado a final do Campeonato Gaúcho (eliminado antes), o Inter era líder do Brasileiro e estava classificado às oitavas da Copa do Brasil e da Libertadores quando o argentino decidiu ir para o Celta, da Espanha.
Abel Braga foi contratado e começou mal. De cara, foi eliminado das duas competições de mata-mata. A recuperação veio no Brasileiro, com a campanha que poderia ter tirado o Colorado da fila que dura desde 1979. Não aconteceu por causa do empate contra o Corinthians, em casa, na última rodada. Então, a direção não renovou com Abel.
2021 – Sai Ramírez, entra Aguirre
Miguel Ángel Ramírez significava uma nova cara para o Inter e a esperança de retomada. Não aconteceu. Mais uma vez derrotado na final do Estadual, o Inter alternou goleadas e derrotas duras, começou mal o Brasileiro, foi eliminado da Copa do Brasil para o Vitória e o espanhol acabou demitido.
Diego Aguirre chegou para seu lugar, mas o desempenho não mudou tanto assim. O Inter foi eliminado da Libertadores nas oitavas de final pelo Olimpia e terminou o Brasileiro em 12º. Aguirre não permaneceu.
2022 – Sai Medina, entra Mano
Novamente, o início do ano renovou as esperanças do Inter. Desta vez a aposta foi em Alexander Medina. Turbinado por uma boa campanha no Talleres, da Argentina, o uruguaio não conseguiu repetir o desempenho no Brasil. Fora da final do Gauchão, eliminado na primeira fase da Copa do Brasil pelo Globo-RN, Cacique foi demitido.
Quem chegou para ocupar o comando técnico foi Mano Menezes, cujo objetivo no primeiro ano era conquistar a Sul-Americana. Não conseguiu, sendo eliminado pelo Melgar, do Peru, em casa. A campanha do vice-campeonato do Brasileiro foi o que garantiu a permanência dele para este ano.
2023 – Sai Mano, entra Coudet
Até que o rendimento caiu de forma abrupta. Nesta temporada, o Inter novamente não esteve na decisão do Estadual, sofreu na primeira fase da Libertadores e caiu da Copa do Brasil para o América-MG. Tudo isso, combinado com a 11ª posição no Brasileiro, empurraram Mano para fora do clube.
A expectativa, de novo, recai sobre Coudet. De todos os treinadores que passaram pelo Inter recentemente, ele é o único que deixou o clube por opção sua. Finalizar o trabalho da melhor forma significa brigar pelo título da Libertadores e, ao menos, garantir presença do Inter na próxima edição do torneio.
MARINHO SALDANHA / Folhapress