SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Centenas de manifestantes invadiram a embaixada da Suécia em Bagdá, capital do Iraque, e atearam fogo no prédio na noite desta quarta (19) -madrugada de quinta (20) no horário local-, segundo vídeos nas redes sociais e uma testemunha que falou à Reuters sob anonimato.
O protesto ocorre após a polícia sueca, impulsionada por uma decisão judicial anterior, dar permissão para protestos no país que envolvem a queima de exemplares do Alcorão, o livro sagrado do islã. O Iraque é um país predominantemente muçulmano.
De acordo com a testemunha que falou à Reuters, nenhum funcionário do serviço diplomático sueco teria ficado ferido, mas não ficou imediatamente claro se havia alguém dentro do prédio no momento do ataque. A agência também não obteve resposta a pedidos de comentários.
A manifestação teria sido convocada por apoiadores do clérigo Moqtada al-Sadr, que almejam representar a comunidade xiita, o ramo majoritário do islã no país. Vídeos em um canal do Telegram ligado ao grupo mostram pessoas se reunindo nos arredores da embaixada.
Depois, outras imagens mostram fumaça saindo do local -as cenas não puderem ser checadas de forma independente. Outros vídeos, esses no Twitter, mostram manifestantes dentro da embaixada.
No último mês, Al-Sadr já havia convocado protestos e pedido a expulsão do embaixador sueco no país após um manifestante queimar um Alcorão em ato perto da principal mesquita da capital sueca, Estocolmo -a Justiça do país nórdico justifica permitir as manifestações para assegurar a liberdade de expressão. Ainda assim, o homem que incendiou o livro sagrado foi preso e será investigado por promover agitação contra um grupo étnico, entre outras acusações.
Após o primeiro chamado do clérigo, manifestantes chegaram a invadir o terreno da embaixada e cercar o prédio, mas sem adentrá-lo. Diversos países majoritariamente muçulmanos, como os Emirados Árabes Unidos, a Jordânia e o Marrocos, condenaram a atitude do Estado sueco.
Ainda assim, o principal imbróglio parecia estar na Turquia que, sendo um membro da Otan (aliança militar do Ocidente), vinha travando o pedido de entrada da Suécia no grupo até que, no último dia 10, disse que enfim aprovaria a demanda em seu Parlamento.
Redação / Folhapress