Uma mulher trans, de 28 anos, se irritou e quebrou a proteção de acrílico da recepção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Peruíbe, após ter sido chamada de “ele” por um funcionário do posto de saúde. Ela teria se sentido vítima de homofobia e reagiu. O caso ocorreu nesta segunda-feira (17).
Segundo o recepcionista da UPA, a jovem estava em frente à porta de um consultório “atrapalhando” o atendimento de um paciente. Por esse motivo, o profissional se dirigiu até suspeita e lhe disse que não poderia ficar ali, mas se referiu a ela utilizando o pronome masculino, iniciando a confusão, pois a jovem exigiu ser chamada pelo seu nome social feminino.
A mulher chegou até a arremessar um vidro de álcool na direção do homem, mas não o atingiu. Em seguida, ela quebrou o acrílico da recepção.
A mulher foi impedida por dois agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) e foi conduzida à Delegacia de Peruíbe, onde foi autuada por dano contra o patrimônio público. A pena para esse tipo de crime pode ser de detenção de seis meses a três anos.
A suspeita foi presa, pois não quis pagar fiança no valor de um salário mínimo, o equivalente a R$ 1.320,00, porém por ter sido encaminhada para uma unidade de homens, o delegado Ricardo Marinho Correa observou, que ela deveria ficar isolada dos demais homens do presídio por se reconhecer como mulher.
Durante o interrogatório na delegacia, a jovem admitiu ter quebrado a proteção da recepção, mas disse que não teve intenção de tumultuar o atendimento da UPA.
Segundo o relato da mulher trans, ela foi até o posto de saúde para tentar conseguir ajuda financeira para viajar para São Paulo, mas ficou nervosa porque o funcionário a chamou de “ele”. Ela ainda reforçou, que “isso hoje em dia é homofobia”.