BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) deve aprovar na sua próxima reunião a possibilidade de pausas nos contratos de financiamento de imóveis com o fundo.
O tomador de empréstimo inadimplente com o banco que efetivou a operação poderá negociar com a instituição financeira uma interrupção nos pagamentos. O valor que seria pago é acrescentado ao saldo devedor com juros.
A medida pode ser tomada por um prazo limitado e dependerá do orçamento do FGTS, que concederá a pausa aos bancos que permitirem o mesmo para mutuários inadimplentes. A novidade permitirá um respiro em um momento de juro alto.
O Conselho Curador se reúne na próxima semana em Brasília. Além da pausa, o grupo deve também decidir pela distribuição do lucro do FGTS, que pode chegar a 99% do total.
Outro item na pauta é a suplementação do orçamento para financiamentos no Minha Casa Minha Vida, que se não for revisto pode esgotar até setembro em três regiões do país.
A reunião também deve aumentar em R$ 4,65 bilhões os recursos destinados para financiar imóveis para a classe média, na linha chamada pró-cotista. Com isso, o montante total atingirá R$ 11,35 bilhões
A linha oferece uma taxa de juros de 8,66% ao ano mais a Taxa Referencial (TR) para quem tem uma conta no fundo. O preço máximo do imóvel a ser financiado é de R$ 1,5 milhão.
A medida vem em um momento no qual a classe média sofre para conseguir financiar um imóvel, como mostrou a Folha.
De um lado, os juros altos encarecem os empréstimos. Do outro, diminui a fonte de recursos para os bancos aplicarem no setor.
O problema já chamou a atenção do presidente Lula (PT), que pediu publicamente medidas para esse extrato de renda no Minha Casa Minha Vida.
O governo avalia elevar o valor máximo da residência para atender ao pedido do mandatário para que famílias com renda mensal de R$ 10 mil ou R$ 12 mil também possam ter acesso ao programa habitacional. Atualmente, o limite de renda é de R$ 8 mil por mês.
Caso isso seja efetivado, o teto do imóvel financiado no programa pode subir para R$ 500 mil.
LUCAS MARCHESINI / Folhapress