RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães se comparou aos atores norte-americanos Kevin Spacey e Johnny Depp ao alegar que as acusações de assédio sexual contra ele são inverídicas. Em postagem no Instagram nesta quarta (27), ele afirmou: “como sempre disse, sou inocente”.
Indicado por Paulo Guedes no governo Bolsonaro, o economista renunciou ao cargo em junho de 2022 após denúncias de funcionárias. Na época, também pelas redes sociais, ele negou e disse ser alvo de “rancor político em um ano eleitoral”.
No mesmo mês, o portal Metrópoles revelou que ao menos cinco funcionárias da Caixa diziam ter sido vítimas de assédio sexual por parte de Guimarães. Em um dos relatos, uma delas afirmava que uma pessoa ligada ao presidente do banco perguntou o que fariam “se o presidente” quisesse “transar com você?”.
Nesta quarta, ele publicou capturas de tela que noticiavam absolvição de atores que também foram acusados de assédio, e se comparou aos dois como vítima de falsas alegações.
A primeira imagem refere-se a Kevin Spacey, conhecido por filmes como ‘Beleza Americana’ e ‘House of Cards’, que foi inocentado no Reino Unido, no mesmo dia da postagem, em julgamento sobre nove supostos casos de abuso sexual que teriam acontecido entre 2001 e 2013. A segunda refere-se a Johnny Depp, que venceu uma ação contra ex-mulher Amber Heard por difamação.
Guimarães afirmou que sua trajetória é similar à dos famosos, pois eles também “foram massacrados, [tiveram] carreiras destruídas e ambos demonstraram que acusações eram inverídicas”.
Ele ainda questionou o tempo perdido por conta do “massacre” a que foram submetidos, e se a imprensa noticiará as absolvições, alegando que tinha procurado a notícia nos meios de comunicação de maior alcance e não havia encontrado. O jornal Folha de S.Paulo e outros veículos de grande alcance noticiaram ambos os casos.
“Em relação a mim, como sempre disse, sou inocente. A Justiça do Trabalho já extinguiu a ação proposta pelo Ministério Público do Trabalho contra mim, reconhecendo que eu não poderia ser réu naquela ação”, afirmou.
Em abril deste ano, a Justiça do Trabalho homologou um acordo entre a Caixa Econômica Federal e o MPT (Ministério Público do Trabalho) no Distrito Federal, encerrando o processo movido pelo órgão, após as denúncias contra o ex-presidente da instituição Pedro Guimarães.
Pelo acordo, homologado, a Caixa se comprometeu a pagar R$ 10 milhões em indenização em, no máximo, 30 dias, por dano moral coletivo. Na época, o banco disse que o valor seria revertido a instituições sem fins lucrativos e que iria cobrar que Pedro Guimarães pagasse o valor.
No mês passado, a Caixa entrou com uma nova ação contra ele para cobrar a indenização paga pelo banco a um empregado que, segundo a denúncia, foi coagido pelo ex-presidente a comer pimenta, e ouviu comentários homofóbicos.
ANELISE GONÇALVES / Folhapress