SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A chegada de uma onda de calor no leste dos Estados Unidos nesta quinta (27) pode fazer Nova York passar dos 41°C até sábado.
As altas temperaturas, registradas em diversas outras partes do mundo nas últimas semanas, fizeram o Serviço Nacional de Meteorologia emitir, pela primeira vez em dois anos, um alerta de calor extremo para a cidade até a noite de sexta (28) e mobilizaram autoridades.
“O calor mata mais nova-iorquinos todos os anos do que qualquer outro tipo de evento climático extremo. O acesso a locais para refrescar-se é uma questão de vida ou morte”, afirmou o prefeito de Nova York, Eric Adams, durante uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira. O político disse que 500 desses centros de resfriamento estarão abertos nos próximos dias, o que inclui piscinas públicas, bebedouros, chafarizes, parques com sombra e bibliotecas.
Pessoas que não têm ar-condicionado em casa foram especialmente incentivadas a permanecerem em um desses locais, que estão reunidos em um mapa, nas horas mais quentes do dia. Até sábado, piscinas públicas ficarão abertas até as 20h, segundo Adams, uma hora a mais em relação ao horário de fechamento em dias comuns.
A preocupação se estende até mesmo aos animais. “Lembre-se de dar bastante água para seus animais de estimação beberem. Não queremos que nenhum companheiro sofra”, afirmou o prefeito, que incentivou os moradores a levarem seus pets a locais com ar-condicionado.
O calor extremo é a principal causa de mortes relacionadas ao clima nos EUA, de acordo com o Bureau of Labor Statistics. Segundo o órgão, 436 trabalhadores morreram devido ao clima desde 2011. “O calor é o mais mortal de todos os eventos climáticos extremos”, disse o comissário da área da saúde, Ashwin Vasan.
Os nova-iorquinos não serão os únicos a sofrer com esta onda de calor. Cerca de 180 milhões de americanos –ou metade da população dos EUA– estão sob alerta e poderão enfrentar temperaturas bem acima dos 37°C neste fim de semana.
“Acho que ninguém mais pode negar os impactos da mudança climática”, disse o presidente americano, Joe Biden, durante um encontro com os prefeitos de Phoenix, no Arizona, e San Antonio, no Texas, para falar sobre os efeitos do calor no sul do país.
“Mesmo aqueles que negam que estamos no meio de uma crise climática não podem negar o impacto que o calor extremo tem nos americanos”, disse o democrata. Phoenix chegou nesta quinta ao 28º dia consecutivo de temperaturas acima de 43,3°C.
Na Filadélfia, além de abrirem centros de resfriamento, as autoridades criaram uma linha telefônica de ajuda para idosos. A maior cidade do estado da Pensilvânia está em emergência de calor até sábado.
A prefeita de Washington, por sua vez, deu dicas nas redes sociais para passar pelos dias de calor e compartilhou um número para pedir gratuitamente transporte para um centro de resfriamento. “Os próximos quatro dias serão extremamente quentes -cuidem de si mesmos e das pessoas ao seu redor”, afirmou Muriel Bowser. Espera-se que a sensação térmica na capital do país chegue a 41,7°C.
Junho de 2023 foi o mês mais quente já registrado nos EUA em uma série histórica que data de 1850. Foi também o 532º mês consecutivo com temperaturas acima da média do século 20.
Outras regiões do globo também sofrem com o calor. A Grécia retirou milhares de pessoas de duas ilhas turísticas no começo da semana por causa dos incêndios florestais causados pelas altas temperaturas.
Na Itália, ao menos cinco pessoas morreram nas últimas semanas devido às tempestades no norte e aos incêndios na Sicília. Também houve incêndios em Portugal, na orla do Atlântico e nos arredores de Cascais, popular destino de férias a noroeste de Lisboa, onde centenas de bombeiros foram mobilizados para conter as chamas.
O aumento da frequência e da intensidade dos eventos extremos está ligado às mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global, segundo cientistas e órgãos especializados no tema.
Redação / Folhapress