LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) – Uma exposição de arte exibiu uma série de novas pinturas sobre o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em uma ação que incentiva o culto à personalidade do líder. A mostra faz parte das celebrações do 70º aniversário do fim da Guerra da Coreia (1950-1953).
Com ao menos oito pinturas –do ditador em cenas como no Monte Paektu, o lendário berço da nação coreana, ou em um cavalo branco–, a exibição sugere que regras que impediam artistas do país de retratar Kim foram revogadas. Desde outubro, de acordo com o site NK News, baseado nos EUA, o líder encomendou três murais com sua imagem.
Esses movimentos parecem fazer parte de uma estratégia de propaganda mais ampla em torno da imagem do ditador, o que também teria relação com o tempo de Kim no comando da Coreia do Norte. Figura máxima do país desde dezembro de 2011, ele era visto como um discípulo, não como um líder.
Segundo a rede BBC, o primeiro retrato oficial de Kim em um local público foi revelado em 2018. A pintura foi exibida no aeroporto de Pyongyang e ilustrava o ditador ao lado do líder cubano, Miguel Díaz-Canel.
Kim é filho de Kim Jong-il e neto de Kim Il-sung, o primeiro líder da Coreia do Norte. Os dois antecessores têm retratos e estátuas espalhados por locais públicos e privados de todas as cidades da nação.
O ditador ainda não começou a exigir a exibição de um retrato oficial de si mesmo em paredes ou espaços públicos. Ele também não tem estátuas conhecidas em exibição nas ruas do país.
As capacidades militares do país também são exibidas em imagens da mostra. Pinturas retratam testes recentes de mísseis norte-coreanos. Durante a exibição dos testes de um desses armamentos, em novembro de 2022, o líder revelou o rosto de uma de suas filhas pela primeira vez.
A ditadura nunca anunciou quem seria o sucessor de Kim no caso de ele não poder continuar à frente do regime. Analistas especulam que sua irmã e autoridades de confiança poderiam formar uma espécie de regime interino até que um sucessor tenha a idade para assumir.
Redação / Folhapress