BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – A mais recente alteração de grande magnitude na paisagem urbana de Belo Horizonte se deve a um clube de futebol.
Quem chega ou sai da capital mineira pela ponta noroeste, na região do bairro Califórnia, inevitavelmente verá um gigante em preto e branco.
É a Arena MRV, o estádio do Atlético-MG que, depois de aproximadamente três anos de obras, está pronto, apesar de ainda não poder ser usado em sua capacidade total (46 mil torcedores).
Prefeitura e clube evitam a polêmica, mas as licenças para a construção do estádio saíram antes das necessárias para obras de contrapartida que precisam ser realizadas em seu entorno. O resultado foi a impossibilidade de funcionamento da arena em sua plenitude.
Enquanto isso, torcedores que compareceram a cerimônias simbólicas como o “nascimento do gramado” e uma partida entre ex-jogadores do clube, ambas com número reduzido de ingressos, puderam ter o primeiro contato com a arena.
O estádio, que custou cerca de R$ 1 bilhão, tem dois telões de led com 144 metros quadrados cada. Os telões são operados projetando imagens captadas por câmeras posicionadas em 12 pontos exclusivos da arena.
A energia a ser utilizada pelo estádio sairá de fontes renováveis, como eólica e solar, conforme informações fornecidas pelo Atlético-MG. Segundo o clube, a Arena MRV é a mais moderna e tecnológica da América Latina.
A construção do estádio envolveu também um braço social. Na esplanada da arena funcionarão uma academia, um NASF (Núcleo Ampliado de Saúde da Família) e um CLIC (Centro de Línguas Inovação e Criatividade), todos administrados pela Prefeitura de Belo Horizonte.
Apesar de toda a modernidade, vídeos e fotos publicados nas redes sociais depois da partida entre os ex-jogadores, ocorrida em 16 de julho, apontam para um possível ponto cego na arena atrás de um dos gols.
A assessoria da arena afirma não haver ponto cego nem erro no projeto da obra.
Em vídeo, um torcedor diz: “aconteceu ontem [domingo, 16] o ‘Jogo das Lendas’ na Arena MRV, o primeiro jogo no novo estádio do Atlético-MG. Nas redes sociais muitos torcedores relataram que há um ponto cego atrás de um dos gols, que faz com que a visão do gol fique obstruída”.
Outro internauta postou: “irmão olha esse ponto cego da Arena MRV, bizarro”.
“Com relação às reclamações de torcedores que ficaram com a visibilidade prejudicada no Nível Inter Sul, no evento Lendas do Galo, ressaltamos que o corredor de passagem não é um local projetado para que o torcedor se posicione em pé, apoiado no guarda-corpo”, diz posicionamento da arena.
“Essa atitude realmente prejudicará o torcedor que estiver nas cadeiras logo atrás”, segue o texto.
A nota diz ainda que medidas serão adotadas para que isso não volte a ocorrer. “A Arena MRV é a casa de todos os atleticanos e já estuda soluções para minimizar esses fatos, seja com campanhas de conscientização ou atuação da equipe de segurança do estádio”.
NOVA LEI PARA LIBERAR O ESTÁDIO
A prefeitura de Belo Horizonte não comenta o fato de as licenças para construção do estádio terem saído antes das necessárias para obras de contrapartida no entorno. O clube também evita o assunto.
Uma nota conjunta divulgada em 27 de junho afirma que o Atlético e a prefeitura trabalham para a abertura do estádio para jogos de futebol e outros eventos no menor prazo possível.
O texto diz ainda haver compreensão em relação à ansiedade de torcedores pela abertura do estádio, mas que é necessária garantia de segurança.
A saída coloca em andamento foi via Câmara de Vereadores. Um projeto de lei já aprovado em primeiro turno pela Casa permite que o estádio abra com sua capacidade total mesmo antes da conclusão das obras de contrapartida.
A expectativa é que o texto seja aprovado em segundo turno em agosto.
LEONARDO AUGUSTO / Folhapress