SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – Erik Cardoso derrubou um tabu histórico para o atletismo brasileiro nesta sexta-feira (28), no Centro Olímpico, em São Paulo. Ele se tornou o primeiro atleta do país a correr os 100m abaixo de 10 segundos ao completar a final do Campeonato Sul-Americano em 9s97.
A prova, porém, acabou por tirar do Brasil o recorde sul-americano. Como o Olhar Olímpico havia antecipado, Issam Asinga veio a São Paulo para dar show. Melhor corredor colegial da história dos Estados Unidos, ele escolheu defender o Suriname, estreou no Sul-Americano, e bateu o recorde com incríveis 9s89. A marca é novo recorde mundial sub-20.
Se até então o recorde sul-americano era de Robson Caetano (10s00), desde 1988, agora é de um adolescente de 18 anos que é filho de um antigo rival de Zequinha Barbosa nos 800m e de uma velocista da Zâmbia. Mesmo tendo residência na África, achou que na América do Sul poderia ter mais sucesso.
E teve. A arqubancada do Centro Olímpico foi à loucura com o desempenho de Assinga, que terminou a prova apontando o relógio, consciente do que havia feito, e com o anúncio de que Erik havia corrido a prova em 9s97.
Como Paulo André Camilo liderou boa parte da prova e um fã-clube estava presente para apoiá-lo, também houve muita festa para o ex-BBB, que terminou em quarto, com 10s03, fora do pódio porque o colombiano Ronal Mosquera fez 9s99 e terminou em terceiro, naturalmente também com recorde colombiano.
A prova, fortíssima, ainda teve Alonso Edward, do Panamá, até então terceiro do ranking sul-americano, em quinto lugar, com 10s14.
Com o resultado, Erik Cardoso se classificou para o Mundial de Atletismo e para os Jogos Olímpicos de Paris nos 100m. No salto triplo, Almir Jr venceu com 17,24m e também atingiu o índice para as duas competições.
A notícia triste é que Lorraine Oliveira, classificada nos 200m, se machucou na final dos 100m, vencida por Vitória Rosa. Ela vai ao Mundial pelo ranking.
DEMÉTRIO VECCHIOLI / Folhapress