SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As operações de crédito imobiliário realizadas pelas duas principais fontes de recursos do mercado imobiliário atingiram R$ 117,8 bilhões no primeiro semestre deste ano. É uma alta de 6% em relação ao mesmo período de 2022, segundo os dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), divulgados nesta sexta (28).
Considerando os financiamentos com recursos da poupança houve uma queda de 13%, sendo financiados R$ 76,7 bilhões nos primeiros seis meses de 2023.
Apesar de inferior a 2022, o volume contratado em 2023 deve ficar entre os três melhores resultados da história, estimou a Abecip.
De acordo com o levantamento, as saídas líquidas de recursos da poupança SBPE somaram R$ 54,6 bilhões no primeiro semestre de 2023 e foram compensadas, parcialmente, pelo crédito de R$ 29,2 bilhões de rendimentos.
Como resultado, o saldo da poupança apontou redução de 5,2% em relação ao mesmo período de 2022, com saldo de R$ 738,5 bilhões ao final de junho -o primeiro mês do ano com captação líquida positiva.
José Ramos Rocha Neto, Presidente da Abecip, disse que a captação ficou positiva em R$ 2,4 bilhões. Ele espera uma redução na taxa básica de juros na semana que vem. A estimativa da associação é de que o ano termine com a Selic a 12% a.a.
“Com o cenário de redução da Selic, devemos voltar a ter captação líquida positiva na poupança”, afirmou Rocha.
Para 2023, as projeções da Abecip apontam para um patamar de financiamentos imobiliários com recursos da poupança SBPE em torno de R$ 156 bilhões.
Já o crédito imobiliário com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) atingiu R$ 41,1 bilhões. Um aumento de 62% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
A Abecip prevê que os financiamentos com recursos do FGTS alcancem R$ 82 bilhões neste ano, 32% acima de 2022. A associação creditou a expectativa à recente suplementação do orçamento habitacional para este ano pelo governo federal, em quase R$ 29 bilhões.
Sobre o volume total dos empréstimos (SBPE mais FGTS), a estimativa é que totalizem cerca de R$ 238 bilhões -redução de 1% sobre 2022.
ANA PAULA BRANCO / Folhapress