O Flamengo conseguiu uma importante vitória no sábado (29) contra o Atlético-MG, pelo Campeonato Brasileiro, seguindo no G4. Mas o assunto do final de semana na Gávea foi a agressão que o atacante Pedro sofreu do próprio preparador físico, Pablo Fernández. O integrante da comissão técnica deu tapas e socos contra o atleta, que prestou queixa na Polícia, e culminou com a demissão do preparador.
Pablo Fernández, além de ser preparador físico, era uma figura importante na comissão técnica de Sampaoli. Tinha voz ativa nas decisões e inclusive dava treinos no Ninho do Urubu. Por ora, a situação de Marcos Fernández, filho de Pablo, está indefinida.
Segundo relatos de bastidores, Pedro estaria olhando o celular, quando Fernández apontou o dedo, o questionou sobre não realizar o aquecimento e deu três tapas no rosto do atleta. O atacante teria afastado a mão do argentino que, então, aplicou o soco.
De acordo com o depoimento das três testemunhas que acompanharam Pedro na delegacia, os jogadores e companheiros de equipe, Thiago Maia, Everton Cebolinha e Pablo, corroboram a versão do atacante.
Segundo informações reveladas pela ESPN, o meia Gerson interveio e também foi agredido. Pedro não conseguiu esboçar qualquer reação diante da agressão sofrida. Na sequência, com Fernández contido, o atacante se revoltou e gritou. “Esse mau-caráter me deu um soco no rosto”.
Ao ouvir o relato de Pedro, Gabigol se aproximou para conversar com o companheiro. Logo depois, o vice de futebol Marcos Braz e o diretor-executivo Bruno Spindel entraram no vestiário e viram a cena – os dirigentes não presenciaram o momento da agressão.
Nos minutos seguintes, os jogadores cercaram Pedro e demonstraram solidariedade. No discurso, eles repetiam que estavam com o atacante.
Só que o atacante Pedro não ficou impune. A diretoria do Flamengo já comunicou que irá aplicar uma multa ao atleta, pelo fato de se recusar a aquecer durante a partida. O ato foi o motivo para a agressão. Contudo, não foi dito qual será a multa que o jogador vai receber.
Leia a nota do preparador:
“Eu poderia começar essas palavras de mil maneiras, mas a única que realmente faz sentido é pedir desculpas. Ao Pedro, aos colegas, aos trabalhadores e ao Flamengo
Entrei no vestiário muito chateado, querendo resolver logo a situação e fiz errado. Foi planejado que hoje seria um dia de folga. É uma pena, porque eu gostaria de poder, primeiro, falar sobre isso pessoalmente com todos os funcionários do clube. Senti-me muito magoado com uma situação e reagi da pior forma.
Estive pensando sobre o que aconteceu por horas e gostaria de poder voltar no tempo. Mas não se pode. O que existe é o presente e o futuro. Isso é pedir perdão e tentar novamente. Todas as vezes que for necessário. Lamento e gostaria de corrigir.
A alta competição geralmente tem coisas que nos fazem mal. Situações de alto estresse que nos fazem reagir e pensar mal. Não pretendo situar esse contexto como uma desculpa, mas como uma explicação.
Definitivamente, se eu tivesse divergências com o Pedro deveria tê-las resolvido em outro momento e de outra forma. Vou tentar fazer isso acontecer. Vou trabalhar para mudar e ser melhor.”
Sampaoli fica
Após o episódio da agressão, muitos boatos e especulações de que o técnico Jorge Sampaoli fosse desligado do Flamengo circulou nas redes sociais.
Uma reunião entre o treinador e a diretoria aconteceu na noite deste domingo e ela determinou pela permanência do argentino. Segundo informações de bastidores, a chance de demissão era pouca.
A vontade de Sampaoli, a boa fase do time e, claro, as questões jurídicas pesaram na balança na hora da decisão. O presidente Rodolfo Landim, que está em Miami para um encontro com Inter Miami e Real Madrid, passou o dia em contato com Marcos Braz (vice-presidente de futebol) e Bruno Spindel (diretor executivo).
Ladim teve voz ativa na decisão, assim como aconteceu na vinda de Sampaoli, e participou da conversa de forma virtual. O comunicado oficial a Sampaoli aconteceu em uma reunião na noite deste domingo na Barra da Tijuca. Braz, Spindel e o membro do Conselhinho Diogo Lemos estiveram presentes no bate-papo com o argentino. Gabriel Andreata, coordenador técnico, também participou.
Mais cedo, Braz e o técnico já tinham conversado para alinhar alguns assuntos, inclusive a saída do preparador. No entanto, a decisão foi pela permanência.