SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Fim de uma era! Ash e Pikachu terão a sua despedida oficial de Pokémon, a partir de 8 de setembro, nos episódios chamado “Mestre Pokémon”, na Netflix.
O enredo dos icônicos personagens marcou história na TV brasileira por ter promovido forte disputa de audiência entre Record e Globo e colocado Eliana para, literalmente, dançar em prol da trama no início dos anos 2000.
Na contramão da história, Angélica também foi impactada por ter sido desafiada pela Globo para cantar e dançar em promoção do desenho Digimon, que se tornou outro fenômeno na TV brasileira, para competir com as aventuras de Ash e Pikachu.
O UOL relembra como foi o “embate” entre Eliana e Angélica na televisão brasileira nos tempos de Pokémon, lançado por Satoshi Tajiri, em 1995, e Digimon, criado por Akiyoshi Hongo, em 1999.
CHEGADA DE POKÉMON E DIGIMON
Em março de 1999, o desenho Pokémon surgiu como um fenômeno na TV brasileira no programa “Eliana & Alegria” (Record) e caiu no gosto da criançada.
Rapidamente, o anime japonês engoliu a concorrência dos desenhos importados da Warney e Disney no SBT, além de deixar a Globo para trás na disputa da audiência.
Em julho de 2000, a emissora de família Marinho abriu os cofres para comprar a primeira temporada de Digimon e promoveu o lançamento com matéria no Fantástico para anunciar aos jovens o concorrente da saga de Ash e Pikachu.
As aventuras dos oito digiescolhidos começaram a ser exibidas no programa “Férias Animadas”, mas logo se tornaram o carro chefe de “Angel Mix” e, posteriormente, de “Bambuluá” -ambos de Angélica.
A GUERRA
A estreia de Digimon na Globo trouxe um trunfo para confrontar Pokémon no “Eliana & Alegria”: Angélica aparecia na abertura do anime japonês cantando e dançando a versão em português da música ao lado dos digiescolhidos.
A medida da emissora carioca foi certeira para embalar o desenho entre os jovens e ainda colocá-los para dançar a coreografia trazida pela apresentadora em rede nacional.
Não demorou muito tempo para a Record contra-atacar com uma ideia também relacionada com apresentação: a emissora do bispo Edir Macedo lançou as próprias músicas de Pokémon.
Com Eliana na voz, o canal homenageou a história de Ash e Pikachu com as canções “A Força do Mestre” e “A Força do Raio”. Eles colocaram a apresentadora para coreografar uma das canções no metrô de São Paulo.
Em entrevista recente ao podcast Gioh, a apresentadora contou que se divertiu com a aventura.
“Um dos primeiros mêtros reformados de São Paulo foi o cenário do clipe Pokémon. Fui lá belíssima, me achando a poderosa da bola vermelha do Pikachu. O metrô estava vazio”, lembrou Eliana, .
Em 2021, Angélica foi homenageada por Luciano Huck com momentos marcantes de sua trajetória e a abertura de Digimon não deixou de ser lembrada.
Ela, que chegou a ser apelidada pelos fãs da trama como digimama, reagiu ao seu videoclipe com uma vergonha alheia bem-humorada.
AUDIÊNCIA E REPERCUSSÃO
Os dados de audiência da época entregam que Pokémon e Digimon tinham praticamente um empate-técnico diário. A grande sacada da história é que os canais exibiam os desenhos em horários diferentes.
Na Globo, Digimon entrava no ar por volta das 10h30 e registrava uma média de 13 pontos de audiência. Pela Record, Pokémon era exibido a partir das 11h15 e também fazia a emissora atingir os 13 pontos na concorrência.
Em paralelo, Warner e Fox lutavam pela distribuição de Pokémon e Digimon, respectivamente, na TV fechada.
Pokémon se tornou febre entre as crianças graças aos jogos, pelúcias, cartas, filmes, brinquedos, tazos, ações com marca de refrigerante e lanches. Já Digimon virou uma fenômeno com os jovens pelos jogos, pelúcias, tamagotchi (bichinho virtual), filmes e brinquedos.
AS DIFERENÇAS ENTRE POKÉMON DE DIGIMON
Curiosamente, Pokémon e Digimon se assemelham em seus enredos. No anime exibido pela Record, Ash era o protagonista e viajava o mundo em busca do sonho de se tornar um mestre pokémon ao lado de Pikachu – seu principal parceiro de batalha.
Já na trama transmitida pela Globo, oito crianças são levadas a um mundo digital em meio a uma viagem de férias escolares e ganham parceiros digitais para ajudar a salvar o mundo dos digimons, além de evitar a invasão dos monstros no mundo real.
Em Pokémon e Digimon, os parceiros dos humanos têm a fase de crescimento e mudam de nome. Em Pokémon, a transformação é chamada de evolução e ocorria após o monstro atingir o nível para mudança de estágio ou por meio de ajuda de pedras sagradas.
A trama de Digimon exibe os monstros parceiros dos humanos chegando a evolução graças ao elo emocional. As crianças usam um aparelho chamado digivice ao longo da saga e brasões para ajudar seus parceiros a atingerem a forma adulta para os combates.
O que difere o enredo dos animes japoneses é o objetivo final. Em Pokémon, Ash persistiu rodando o mundo e disputando competições contra outros treinadores em busca do posto de mestre Pokémon, mas fez amigos e conheceu espécies raras dos monstrinhos.
Já em Digimon, os digiescolhidos ajudam os parceiros a evoluírem para vender os mestres das trevas.
Redação / Folhapress