Entidades médicas reagem a livro de Natalia Pasternak que critica homeopatia e psicanálise

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Diversas entidades médicas publicaram notas em defesa da homeopatia e de repúdio a declarações feitas pela microbiologista Natalia Pasternak em entrevistas de divulgação de seu novo livro.

Escrito em parceria com o jornalista Carlos Orsi, “Que Bobagem! Pseudociências e Outros Absurdos que Não Merecem Ser Levados a Sério” (ed. Contexto) classifica como não científicas práticas populares no Brasil, como homeopatia, astrologia, acupuntura e psicanálise.

A Associação Médica Homeopática Brasileira disse valorizar a “crítica aberta e respeitosa”, mas não “intervenções desprovidas de base técnica, sem o necessário conhecimento de causa”.

“A real ciência médica repele a desinformação, travestida de verdade por pseudossábios que pronunciam tolices e opiniões preconceituosas, sem nunca ter atendido um paciente ou produzido estudos de impacto médico e social”, afirma a entidade.

De acordo com a associação, “as evidências científicas sobre homeopatia e efeitos de altas diluições homeopáticas, inclusive em plantas, se acumulam e estão disponíveis para os que entendem de ciência”.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) reafirmou que a homeopatia é uma especialidade médica e que não há discussões para rever esse status.

Dias antes, o primeiro vice-presidente do CFM, Jeancarlo Cavalcante, tinha afirmado ao jornal O Estado de S. Paulo que o reconhecimento da especialidade poderia ser revisto.

Conselhos regionais de medicina também saíram em defesa da homeopatia.

Psicanalistas também têm escrito artigos em defesa da psicanálise. A Folha de S.Paulo conversou com Ana Cláudia Zuanella, diretora da Febrapsi (Federação Brasileira de Psicanálise).

De acordo com ela, a psicanálise é, sim, uma ciência. “Não uma ciência dura, que implica refutações por meio de replicabilidade, mas uma ciência que engloba um conjunto de conhecimentos solidamente estabelecidos através de pesquisas clínicas e infindáveis debates teóricos”.

Zuanella lembra que a psicanálise está prestes a completar 150 anos e diz que, nesse período, “ela tem incessantemente mostrado sua eficácia, não no interior dos laboratórios, mas dentro do sujeito”.

UIRÁ MACHADO / Folhapress

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