SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pia Sundhage não acredita que nesta quarta-feira (2) jogará, em 90 minutos, seus quatro últimos anos de trabalho na seleção. A sueca, contratada após a queda brasileira na Copa de 2019, vai comandar a equipe contra a Jamaica, às 7h (de Brasília).
O único resultado possível para o Brasil se classificar para as oitavas de final, é vencer. Empate ou vitória da Jamaica vai eliminar o time sul-americano na fase de grupos do Mundial pela primeira vez desde 1995.
“No dia após a derrota contra a França, entramos todas em uma montanha-russa de emoções, mas deixamos isso para trás. Juntas é uma palavra, temos que ter ações por trás das palavras. Eu pergunto isso a elas, o que significa essa palavra para cada uma. Isso é tudo. Sobre essas ações espero que a gente as faça amanhã [quarta]”, disse a treinadora, em entrevista antes da decisão.
Depois da estreia convincente, com goleada por 4 a 0 sobre o Panamá, a situação brasileira se complicou com o revés por 2 a 1 sofrido diante das francesas. Ficou pior ainda porque a Jamaica, além de fazer 1 a 0 nas panamenhas, surpreendeu ao empatar por 0 a 0 com a França.
No discurso de Pia está que se deve observar todo o trabalho feito nesses quatro anos e no aumento da qualidade do futebol feminino no país, não apenas o último resultado.
Por isso, ela diz que todo o processo está apenas no começo.
“Eu tenho a experiência de quatro anos. Quero acreditar que fizemos diferença e mudanças e é só o início. Eu lembro do primeiro jogo que vi de clubes, do Internacional, e comparo ao último que vi do Corinthians, na final. Não só a diferença de público, mas de atitude. Quero acreditar que essas mudanças foram feitas. Quando olho para a seleção, vejo mudanças no estilo de defender. Você pode vencer um jogo e você pode controlar um jogo defendendo bem. Você não precisa ter 60% de posse de bola para vencer um jogo, um bom exemplo disso é o Japão, mas esse não é o estilo do Brasil. A personalidade do ataque virá com uma defesa sólida. Acho que essa foi a principal mudança na seleção”, explicou.
Sob o comando da sueca, o Brasil ganhou a Copa América de 2022, mas este não pode ser considerado um resultado surpreendente. Das nove edições do torneio, a seleção ganhou oito. Nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, caiu nas quartas de final diante do Canadá.
No total, em 56 jogos sob a direção dela, o Brasil venceu 34, empatou 11 e perdeu 11.
A continuidade do trabalho também parece ser a visão do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Ele afirma não existir qualquer intenção de mudar o comando da equipe. Pia tem contrato até as Olimpíadas de Paris, em 2024.
“O trabalho dela é importante e a CBF está muito satisfeita com o trabalho da comissão técnica e não tem nem como ter essa opção [de mudança] com a Olimpíada logo ali. Não faria uma modificação e a CBF não pretende de forma nenhuma interromper. Pia vai seguir enquanto estiver disposta a fazer o trabalho”, disse ele em entrevista ao ge.
Em coletiva nesta terça-feira (1º), Pia fez mistério sobre a escalação. A presença de Marta entre as 11 iniciais é uma das principais dúvidas para a partida.
Uma possível formação da seleção tem: Letícia; Antônia, Lauren, Rafaelle e Tamires; Luana, Kerolin, Ary Borges e Adriana (Marta); Debinha e Bia Zaneratto (Geyse ou Andressa Alves).
Do outro lado, a Jamaica poderá contar com o retorno de Khadija Shaw de suspensão na rodada anterior. O técnico Lorne Donaldson pode ir a campo com: Rebecca Spencer; Wiltshire (Cameron), Allyson Swaby, Chantelle Swaby e Blackwood; Sampson, Drew Spence, Jody Brown, Williams (Cleyna Matthews) e Primus; Khadija Shaw.
Estádio: Melbourne Rectangular, em Melbourne (Austrália)
Horário: Às 7h (de Brasília) desta quarta-feira (2º)
Árbitro: Esther Staubli (Suíça)
Transmissão: TV Globo, SporTV, Fifa+ e Cazé TV
Redação / Folhapress