BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O novo ministro do Turismo, Celso Sabino, tomou posse na manhã desta quinta-feira (3) em uma cerimônia no Palácio do Planalto.
A cerimônia teve o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao lado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de quem o novo ministro é aliado. Lula não discursou no evento.
Também estavam presentes os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), que são cotados para entrar no governo.
Durante o seu discurso, Sabino disse que vai lançar um programa para abaixar o preço do turismo no Brasil para pessoas idosas e de baixa renda.
“Para incrementar o fluxo turístico interno, lançaremos o ‘Conheça o Brasil’, pois muitos brasileiros ainda não conhecem o seu próprio país. É um programa de estímulo a viagens por meio de parcerias com a iniciativa privada, que ofertará descontos para pessoas da melhor idade e para trabalhadores de baixa renda”, afirmou.
Sabino já comanda a pasta há quase um mês, após a publicação de sua nomeação no Diário Oficial da União, no dia 14 de julho. No entanto, não havia sido empossado oficialmente.
Ele substitui Daniela Carneiro, a Daniela do Waguinho, que deixou o cargo após uma grande pressão da União Brasil e do bloco político centrão.
O imbróglio envolvendo a então ministra Daniela Carneiro durou mais de um mês, até culminar na sua demissão. A União Brasil pressionou o Palácio do Planalto pela substituição, considerando que ela não representava uma indicação do partido para o governo.
A ex-ministra e deputada federal tenta no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) se desfiliar da União Brasil, após divergências de seu grupo político com a legenda. Como é uma deputada, ela precisa de autorização da Justiça para não perder o seu mandato.
O seu marido, o prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho, já migrou para o Republicanos.
Lula e seus aliados buscaram resolver o impasse de uma maneira que a saída não representasse uma ruptura com o casal e seu grupo político, que foram importantes para atrair votos para o petista no Rio de Janeiro. Além disso, Waguinho e Daniela eram apontados como importantes para atrair o público evangélico.
Celso Sabino, por sua vez, é aliado do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). A sua indicação marca, portanto, o ingresso do bloco centrão no governo.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o novo ministro afirmou que o centrão está se tornando uma “coisa positiva”.
“Antigamente se falava no centrão como uma coisa pejorativa. Agora o centrão já está virando uma coisa positiva. Eu me considero uma pessoa ponderada. Não busco os extremos, mas quero fazer aquilo que seja o melhor para o nosso país, políticas sociais que são importantes para o Brasil”, afirmou.
O governo Lula ainda discute novas substituições em seu primeiro escalão para atrair outros partidos de centro, em particular o Republicanos e o PP, a legenda de Arthur Lira.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, é considerado certo por membros do Planalto e do Congresso Nacional que o líder do PP na Câmara, André Fufuca (MA), e o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) serão nomeados ministros. Mas ainda não há consenso sobre quais pastas eles irão chefiar.
O PP mira o Desenvolvimento Social, chefiada por Wellington Dias (PT), e o Republicanos, o Ministério do Esporte, comandado pela ex-atleta Ana Moser. Está na mesa a hipótese de entregar a pasta social ao centrão, mas retirar do escopo dela o Bolsa Família marca das gestões do PT.
RENATO MACHADO / Folhapress