Guarujá fez uma inovação na Educação municipal. Agora os alunos da rede municipal de ensino passa a contar com a ‘Sala de Transição’, que um projeto piloto para ofertar acompanhamento personalizado aos estudantes com deficiência que ainda não estão alfabetizados. O investimento inédito faz parte das políticas públicas para garantir o acesso de todos à educação.
A primeira escola a contar com o serviço, de acordo com a prefeitura, será a Escola Municipal Franklin Delano Roosevelt, no Jardim Boa Esperança, em Vicente de Carvalho. As atividades começaram nesta semana, com nove alunos pré-selecionados.
O foco é direcionado aos estudantes com deficiência intelectual que mais tem dificuldade no processo de alfabetização. Todos têm atendimento individualizado com três especialistas, além de uma profissional de apoio.
Na prática, as crianças estão tendo a oportunidade de avançar em Língua Portuguesa e Matemática explorando as inteligências múltiplas, como habilidades visuais, sensoriais, corporais, entre outras. Os recursos incluem jogos, música e muito mais.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Seduc), responsável pelo planejamento pedagógico de mais de 34 mil estudantes, a estratégia inovadora visa que todos absorvam o conteúdo ministrado em classe sem interferir na socialização.
Para que o objetivo seja alcançado, quem passar pela ‘Sala de Transição’ diariamente também terá duas horas de aula regular para acompanhar as demais disciplinas, além do recreio, junto de todos os colegas.
Interação diferenciada num só lugar
A ‘Sala de Transição’ foi projetada exclusivamente para a alfabetização de até 12 estudantes com deficiência intelectual. Ela possui diversas cores, jogos e interações para fortalecer a troca de forma lúdica, entre professor e aluno, nessa que é uma das etapas mais importantes da Primeira Infância.
O pequeno Angelo Miguel, de 10 anos, que também tem deficiência auditiva, mostra o avanço em Matemática. “Nessa lição tem muitos cachorrinhos diferentes. Uma família tem quatro, outra 12 e assim vai. Aqui também aprendo a fazer libras, ser legal e comer direitinho”, comemora o garotinho.
Já Andressa Vitória, de 9 anos, conta que gostou bastante do novo espaço. “A tia Anélia me ajudou com os jogos das vogais e já aprendi até a ler algumas palavras novas, como avião, banana, cachorro, dado e escova”, diz a aluna.
Aprovação
As profissionais que atendem os estudantes pré-selecionados destacam que os pais e responsáveis aprovaram o projeto por unanimidade. Uma reunião marcou a apresentação da proposta, onde dúvidas e sugestões puderam ser compartilhadas.
Para a professora especialista em deficiência intelectual, Kátia Lamas, atuante na rede municipal de ensino de Guarujá há 36 anos, a ‘Sala de Transição’ simboliza esperança. “Vamos conseguir ensinar muito melhor, sem comprometer o rendimento de nenhum estudante. E não tem recompensa maior que contribuirmos para a autonomia de suas necessidades básicas”, destaca a profissional.