SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O rapper Ne-Yo, pai de sete filhos, falou sobre a existência de crianças transexuais e o quanto essa decisão, ainda na infância, pode interferir no futuro. Em uma entrevista ao podcast VladTV, o artista refletiu sobre a identidade de gênero e as mudanças em curso na sociedade.
“Eu pessoalmente venho de uma época em que um homem era um homem e uma mulher era uma mulher”, disse Ne-Yo. “E havia dois gêneros, e é assim que eu vivia. Você pode se identificar como um peixe-dourado se quiser, não me importo. Isso não é da minha conta. Isso se torna da minha conta quando você tenta me fazer jogar o jogo com você. Eu não vou te chamar de peixe-dourado. Mas se você quer ser um peixe-dourado, vá ser um peixe-dourado. Vivemos em uma época estranha, cara. É isso o que temos.”
A seguir, ele questionou a postura dos responsáveis sobre as decisões de crianças e adolescentes. “Sinto que os pais quase esqueceram qual é o papel de um pai. Se seu filho pequeno vier até você e disser: ‘Papai, eu quero ser uma menina’. E você deixa ele seguir com isso? Ele tem 5 anos… Se você deixar esse menino de 5 anos decidir comer doces o dia todo, ele vai fazer isso”, argumentou.
“Quando isso se tornou uma boa ideia, deixar uma criança de 5 anos, uma criança de 6 anos, uma criança de 12 anos tomar uma decisão que mudará sua vida? Quando isso aconteceu? Eu não entendo”, reforçou ele. “A criança não pode dirigir um carro ainda, mas pode decidir o seu sexo?”
Ele ainda finalizou o discurso: “No final do clipe da entrevista, eu não posso levar o crédito por isso”, disse Ne-Yo, “mas ouvi alguém dizer uma vez: se seu filho vier até você e disser ‘Papai, eu quero ser uma menina’, pergunte ao seu filho: ‘Filho, o que é uma menina?’. O que ele vai fazer? Talvez ele queira brincar com bonecas. Tudo bem, brinque com bonecas. Mas você é um menino brincando com bonecas. ‘Quero usar rosa’. Legal, use rosa, mas você é um menino usando rosa.”
Conforme informações da Billboard, a Associação Médica Americana, a Academia Americana de Pediatria e a Associação Americana de Psicologia concordam que os cuidados de afirmação de gênero não são perigosos para jovens trans, e na maioria dos casos, são altamente benéficos e salvam vidas. Tanto a Sociedade Endócrina quanto a Associação Mundial de Profissionais de Saúde Transgênero não recomendam intervenção cirúrgica antes dos 18 anos, a menos que o paciente, seu médico e um profissional de saúde mental concordem que a intervenção é necessária.
Redação / Folhapress