SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O serviço secreto da Ucrânia divulgou nesta segunda-feira (7) a detenção de uma suposta informante acusada de planejar o assassinato do presidente Volodimir Zelenski. De acordo com o órgão, ela foi presa em flagrante enquanto tentava se comunicar com agentes da inteligência da Rússia.
Em nota, o serviço secreto, conhecido pela sigla SBU, afirmou que as suspeitas de que a mulher planejava o assassinato de Zelenski têm relação com seu comportamento pouco antes de uma viagem do líder urcaniano à região de Mikholaiv, no sul, no mês passado. Ela teria tentado prever o itinerário do presidente, listando lugares da cidade que ele provavelmente visitaria por horário.
Além disso, ela também teria sido encarregada de identificar a localização de depósitos de munição e de equipamentos eletrônicos das Forças Armadas ucranianas na cidade onde morava, Otchakov. O SBU afirma que isso indica que o assassinato se daria por meio de um ataque aéreo em grande escala.
A mulher não teve seu nome revelado. Na nota, porém, o órgão diz que ela era funcionária de uma loja de artefatos militares pertencente a uma das unidades do Exército na região e conseguia as informações que repassava aos russos por meio de fontes da comunidade local e fotografando equipamentos pela região.
Acusada de vazar informações acerca da movimentação de armamentos e outros equipamentos militares do Exército ucraniano, ela pode ser condenada a até 12 anos de prisão. O Kremlin não comentou o caso.As suspeitas mais recentes se dão em um momento em que a guerra entra em sua quinta fase, caracterizada pela dificuldade de ambas as forças da Ucrânia e da Rússia de avançar. A relativa estagnação das frentes em terra foi compensada com enfrentamentos contínuos no mar Negro desde que Vladimir Putin anunciou a saída da Rússia do acordo de grãos que permitia a Kiev escoar sua produção.
Enquanto isso, Moscou e outras cidades russas passaram a ser alvos mais frequentes de drones ucranianos, em ofensivas com alto valor simbólico, além de a ponte que liga o país à Crimeia ter virado objeto de ataques marítimos. E a suposta transferência do Grupo Wagner para Belarus após o motim fracassado dos mercenários tem gerado enorme tensão com a Polônia, vizinha da ditadura comandada por Aleksander Lukashenko e um dos mais beligerantes integrantes da Otan, a aliança militar ocidental.
Kiev afirma que Zelenski foi alvo de repetidas tentativas de assassinato desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022. O assessor Mikhail Podoliak, por exemplo, afirmou em 10 de março daquele ano que seu superior já havia sobrevivido a mais de uma dúzia de tentativas do tipo.
Redação / Folhapress