BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O relator da CPI do MST, deputado Ricardo Salles (PL-SP), criticou nesta quinta-feira (10) o ministro da Casa Civil, Rui Costa, por ter utilizado o “peso do governo” para a retirada de sua convocação.
Uma articulação do governo Lula (PT) com os partidos que compõem o centrão, bloco político comandado por Arthur Lira (PP-AL), blindou Costa e resultou na substituição de integrantes da comissão que fazem oposição ao Palácio do Planalto.
“[Rui Costa] Utilizou o peso do governo para revogar a sua convocação através de um requerimento apresentado pela bancada do PT e forçou os partidos que negociam para fazer parte do governo a retirar seus membros aqui da comissão e dar maioria ao governo”, disse Salles.
A CPI ouve nesta quinta o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), elogiado por Salles por comparecer à audiência.
“Obrigado por atender ao convite que lhe foi formulado, estabelecendo a data e aqui comparecendo em franco contraste, é preciso dizer, com a atitude do seu colega Rui Costa, que adotou todos os expedientes possíveis para que ele não comparecer, obrigando a comissão a convocá-lo”, afirmou o relator.
Em depoimento, Teixeira falou sobre a paralisação do programa de reforma agrária. De acordo com ele, não ocorrem novos assentamentos no país há 8 anos, e o governo Lula pretende retomá-los.
O ministro criticou a gestão de Jair Bolsonaro (PL). “Não assentou uma família”, disse.
“Temos hoje 57 mil famílias em acampamentos em beira de estrada, vivendo nas piores condições de vida que se possa viver, e é por isso que nós queremos retomar para pacificar o Brasil.”
Teixeira afirmou que existem regiões conflagradas por conflitos de terra e que a gestão petista precisou acionar a Força Nacional para atuar no sul do Pará, um dos focos de violência no campo.
DÉBORA SABINO / Folhapress