BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Após um velório privado apenas para familiares e amigos nesta quinta-feira (10), está previsto um funeral público nesta sexta (11) para o candidato presidencial equatoriano Fernando Villavicencio, assassinado a tiros na saída de um comício em Quito na quarta-feira (9).
Rubén Granda, candidato a deputado pelo Movimento Construye –partido de centro-direita pelo qual o presidenciável concorria– afirmou à imprensa local que está sendo estudada a possibilidade de a cerimônia ocorrer na Assembleia Nacional, onde Villavicencio legislou até três meses atrás, ou no Centro de Exposições da capital.
Ainda não há, porém, confirmação de onde e quando será o rito. O corpo do político passou por perícia e chegou por volta de 12h à sala de velórios Memorial, no norte de Quito, onde familiares e amigos se despediram sob uma forte presença policial.
O advogado da família, Luis Fernández, criticou pela manhã a demora na liberação do corpo. Já o Ministério Público do país informou nas redes sociais que a viúva do candidato, que mora nos Estados Unidos, havia pedido que o corpo fosse entregue a duas pessoas de sua confiança, entre elas sua advogada.
Morto aos 59 anos, Villavicencio era casado com Verónica Saráuz, com quem tinha três filhos. Foi ela quem escutou os disparos e chamou a polícia quando sua casa foi alvejada em 2 de setembro de 2022 por homens que estavam em carros, em outro atentado contra o político.
Ele teve larga trajetória na esquerda, mas mais recentemente se movimentou ao centro do espectro político. Começou seu ativismo na década de 1990 como comunicador social e depois líder sindical da estatal Petroecuador, época em que também participou da fundação do movimento político indígena Pachakutik.
Ficou conhecido por denunciar casos de corrupção como jornalista investigativo e mais recentemente como deputado, principalmente contra o ex-presidente de esquerda Rafael Correa, hoje autoexilado na Bélgica. Em entrevista ao jornal El Universo, estimou ter realizado cerca de 260 apurações contra líderes equatorianos.
Exerceu seu mandato na Assembleia Nacional de 2021 até três meses atrás, quando o presidente Guillermo Lasso decretou a chamada “morte cruzada”, dissolvendo o Legislativo e convocando novas eleições, que apesar do atentado continuam marcadas para o próximo dia 20.
JÚLIA BARBON / Folhapress