Mortes na China ligadas a tufão sobem para 78, e alertas de chuva continuam

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Novo balanço divulgado nesta sexta-feira (11) pelo regime chinês aumentou para 78 o número de mortes relacionadas às chuvas que atingiram o norte do país nos últimos dias. Segundo autoridades, várias pessoas continuam desaparecidas, e a cifra pode aumentar. Ao mesmo tempo, a chegada de outra tempestade nas próximas horas tem gerado alertas para mais inundações.

Somente na capital da China, Pequim, 33 mortes foram confirmadas na passagem do tufão Doksuri, que provocou as chuvas mais intensas em 140 anos, segundo autoridades. Na província vizinha de Hebei, o número de vítimas chegou a 29, e 16 pessoas estão desaparecidas. Outros óbitos foram registrados em cidades menores do nordeste, região considerada importante para a produção de cereais.

Milhões de pessoas têm sido impactadas por fenômenos meteorológicos extremos e por ondas de calor prolongadas em todo o mundo nas últimas semanas. O IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática), já afirmou que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças é causada pela ação humana.

Na China, a crise não dá sinais de trégua. O país permanece em alerta à medida que a tempestade tropical Khanum se aproxima, e as autoridades monitoram de perto as principais vias fluviais na região norte.

Antes tufão, a tempestade Khanum já provocou estragos na Coreia do Sul e no Japão. Especialistas dizem que o fenômeno deve chegar neste sábado (12) ao território chinês, que ainda lida com os impactos provocados pelo Doksuri. Segundo a agência de notícias Xinhua, uma equipe de controle de inundações foi enviada à província de Liaoning, no norte, onde “a situação de inundações continua grave”.

O Doksuri atingiu o território chinês pela primeira vez no último dia 28. Em Hebei, as ruas continuavam cobertas de lama nesta sexta, e os moradores tentavam recuperar bens e limpar suas casas, de acordo com a agência de notícias AFP. Na cidade de Zhuozhou, uma das mais impactadas, bairros ficaram cobertos de água. As chuvas ainda interromperam o abastecimento de alimentos e de produtos.

Enquanto a imprensa estatal elogia os esforços das lideranças locais para atenuar os danos, algumas pessoas reclamam da falta de alertas para os perigos das enchentes. Na semana passada, o líder do Partido Comunista na província, Ni Yuefeng, disse que as bacias de retenção de água da chuva de Hebei deveriam ser usadas para “reduzir a pressão sobre Pequim, atuando como diques de contenção”. Analistas, porém, apontam que a medida pode ter agravado as consequências das chuvas na região.

Na quarta (9), o regime chinês anunciou o envio do equivalente a R$ 674 milhões em indenização às vítimas. Também mobilizou milhares de militares e funcionários públicos para atuarem na limpeza.

Quase 5% dos 74,2 milhões de habitantes de Hebei foram afetados pelas enchentes, com mais de 40 mil casas destruídas e outras 155 mil seriamente danificadas, disseram autoridades. Cerca de 2 milhões de pessoas tiveram de ser retiradas devido às tempestades, e a reconstrução da região deve levar pelo menos dois anos, segundo o veículo estatal China News Service.

Chuvas e temperaturas incomuns também têm atingido outras partes da China. Segundo as autoridades, ao todo 147 pessoas morreram ou desapareceram no mês de julho devido a catástrofes naturais, não necessariamente relacionadas ao Doksuri.

Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para questões do clima, indicam que eventos climáticos extremos como secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência do aquecimento global.

A Ásia foi o continente mais afetado, contabilizando mais de 3.400 desastres nesse período, responsáveis por quase 1 milhão de mortes. Outro órgão ligado à ONU, o IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática), diz que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças foi gerada por ação humana.

Redação / Folhapress

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