Mindfulness: muito além de uma moda

Créditos: Divulgação

Uma das maiores dificuldades que percebo nas pessoas no pós-pandemia é a falta de concentração e de estarem atentas às questões do cotidiano. Atualmente, a “Atenção Plena” é um dos principais objetos de estudo no campo da neurociência e comportamento.

Claro, não é um problema exclusivo das atuais gerações, já que se pratica o mindfulness há séculos, principalmente no continente asiático, onde culturalmente se aprende desde cedo técnicas de meditação, respiração guiada e práticas como yoga para melhorar a qualidade de vida.

Ansiedade, estresse e o próprio Burnout (estresse extremo por excesso de pensamentos) são identificados hoje, mas são problemas mais antigos do que imaginamos. A questão principal é que o excesso de tecnologia e de estímulos aliado ao estilo de vida cada vez mais rápido, com uma correria desenfreada e cobranças cada vez maiores em busca de resultados, se criou uma ditadura da produtividade, com excessos para todos os lados.

Com isso, abriu espaço para uma busca dessas técnicas milenares por profissionais sobrecarregados, que tentam a qualquer custo melhorar sua qualidade de vida, e em muitos aspectos fugir de medicamentos ansiolíticos. O mindfulness caiu como uma luva nesse cenário. E a ciência busca entender como essas atividades funcionam no cérebro humano, já que apresentam resultados tangíveis.

Meditação, mindfulness e yoga são práticas que envolvem principalmente uma mudança nos padrões de respiração, onde melhora o nível de oxigenação no sangue e por sua vez no cérebro, melhorando desempenho e concentração. É uma questão de prática.

Da mesma forma que vamos almoçar no restaurante e ficamos assistindo TV ou no smartphone e não percebemos o que estamos comendo, nem em que velocidade, as práticas de mindfulness implicam em você ter consciência do seu momento atual. Eu costumo dizer nas palestras que você deve falar internamente “Eu estou aqui agora!”

O que significa que você está consciente de como está se sentindo naquele momento, se alguma parte do corpo está confortável ou desconfortável. Exercitar isso constantemente dará uma melhor percepção sobre sua saúde, física e mental, e principalmente, você terá mais consciência das suas atitudes. Muitas vezes somos reativos, simplesmente por estar ligado no “piloto automático”. Então, o desafio é saber quem você é (consciência) e onde está (presença) para poder ter uma vida mais saudável.

Tente comer sem ligar a TV ou se conectar na internet e veja como este desafio pode mudar algo dentro de você. No início é conflituoso, depois vem um efeito de tranquilidade de perceber que o mundo não vai acabar se fizer isso.

Os processos envolvem melhorar com o tempo a oxigenação de áreas importantes do cérebro, particularmente o córtex pré-frontal. No processo de concentração estimulamos a respiração mais profunda ou mesmo a respiração holotrópica, que é mais acelerada, mas que muda o metabolismo do corpo e aumenta o fluxo de sangue no cérebro, mexendo com áreas importantes no Sistema Límbico, responsável pelas nossas emoções.

O aumento e a diminuição de oxigênio em áreas do cérebro do praticante estimulam sua expansão. Estamos falando em transformar os pensamentos através de uma melhor respiração e concentração, envolvendo a inteligência emocional em seu centro. O que isso significa: uma autoestima mais fortalecida e a resiliência mais preparada. Na prática uma pessoa mais animada, mais saudável e vivendo mais intensamente.

O mindfulness e a meditação estão muito relacionados porque a melhor forma de se atingir esse estado de consciência se dá pelo estímulo da respiração e a meditação ainda é a melhor forma de se alcançar esse estado. O “estar presente” na prática de meditação estimula essas áreas do cérebro, ampliando inclusive as áreas cinzentas de certas regiões, o que comprova fisicamente essas mudanças.

Então, antes de pensar em praticar yoga ou meditação para entrar na moda, pense o quanto isso pode melhorar sua qualidade de vida com essas práticas. Entrar para este grupo da “Atenção Plena” vai trazer benefícios importantes para diminuir a ansiedade, o estresse e até mesmo a depressão. Hoje, existem espaços e profissionais que orientam as melhores práticas e provavelmente no seu bairro, mais perto do que imagina, pode estar a solução para muitos dos seus problemas

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