Chuva cancela voos e gera filas no aeroporto Santos Dumont, no Rio

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro, registra dezenas de cancelamentos de voos e mais de cem atrasos desde o início da manhã desta segunda (14). A operação do terminal é impactada pelo mau tempo, o que dificultou pousos e decolagens.

Os cancelamentos e atrasos geraram filas e reclamações de passageiros em busca de informações. Responsável pelo Santos Dumont, a Infraero registrou 80 voos cancelados e 124 atrasados, entre partidas e chegadas, até as 15h. Uma das rotas afetadas é a ponte aérea Rio-São Paulo (Congonhas).

A Infraero disse que o aeroporto operou entre 6h20 e 10h01 “abaixo dos mínimos” para decolagens em função de “condições meteorológicas adversas”. “No momento, os pousos e decolagens ocorrem com auxílio de instrumentos”, disse a estatal após as 15h.

“Para informações sobre os motivos dos atrasos e cancelamentos desses voos, orientamos contato com as empresas aéreas, uma vez que nem todos têm relação com as condições meteorológicas adversas”, acrescentou.

Parte dos voos impactados foi transferida para o aeroporto internacional Tom Jobim, o Galeão, também localizado no Rio.

A concessionária RIOgaleão disse que o terminal opera normalmente para pousos e decolagens. Até o início da tarde, o Galeão havia recebido 14 voos alternados do Santos Dumont, segundo a empresa.

Passageiros reclamam de dificuldades para conseguir informações sobre suas viagens. O médico veterinário Luis Fernando Melo, 46, é uma das pessoas afetadas pelo transtorno no Santos Dumont.

Ele viajaria para Congonhas a partir das 6h30, mas teve o voo cancelado. A saída foi buscar um ônibus para fazer o trajeto.

“A gente ficou dentro do avião das 5h45 até umas 8h30, quando o piloto anunciou que o voo tinha sido cancelado. Quando a gente desembarcou, foi o caos. Gente sentada no chão, todos os voos cancelados”, diz Melo.

O passageiro afirma que, apesar de as companhias aéreas não terem culpa pelas condições meteorológicas, os funcionários no aeroporto não davam conta de atender todo o público em busca de informações.

“Simplesmente tive meu voo cancelado, e estou indo para a rodoviária”, relata.

A Latam disse que as operações no Santos Dumont serão retomadas de forma gradual após a melhora das condições climáticas. “A companhia está oferecendo toda a assistência necessária aos seus clientes e realizando a acomodação de todos os passageiros afetados”, afirmou.

A orientação da empresa é para que os consumidores com viagens programadas com origem ou destino no Santos Dumont confiram a situação de seus voos na página “Minhas Viagens”, no site da Latam, antes de se dirigirem aos respectivos aeroportos.

A Azul afirmou que seus clientes estão recebendo “toda a assistência necessária” e que serão reacomodados em outros voos ou em voos extras da companhia. “A Azul lamenta eventuais transtornos causados aos clientes e ressalta que medidas como essas são necessárias para conferir a segurança de suas operações”, acrescentou.

A Gol declarou que “todos os clientes estão recebendo as devidas tratativas, com remarcação ou acomodação”. “A companhia reforça que as ações referentes a estes voos foram tomadas com foco na segurança, valor número 1 da companhia”, disse.

SANTOS DUMONT TERÁ RESTRIÇÕES

O ministro Márcio França (Portos e Aeroportos) assinou na semana passada uma resolução que determina a redução de voos no Santos Dumont. A medida é vista como tentativa de direcionar o fluxo para o Galeão, que amargou esvaziamento nos últimos anos.

Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, o Santos Dumont ficará restrito a voos com distância de até 400 km do destino ou da origem, considerando somente aeroportos de rotas domésticas. Isso inclui os terminais de Congonhas, em São Paulo, e Pampulha, em Belo Horizonte.

A determinação deve ser adotada a partir de 2 de janeiro de 2024. Os demais voos domésticos envolvendo o Rio, fora do raio de até 400 km, deverão ser direcionados para o Galeão.

O Santos Dumont deve passar por uma obra para implementar áreas de escape na pista, visando a segurança operacional, já que o terminal é limitado, fisicamente, pela baía de Guanabara, disse o ministério.

LEONARDO VIECELI / Folhapress

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