SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, comeu um prato com “cogumelos mágicos”, em viagem à China. Ela fez o relato em entrevista ao programa da CNN Internacional Out Front.
Tais cogumelos chamados de jian shou qing são famosos na província chinesa de Yunnan pelas propriedades alucinógenas e pelas qualidades gastronômicas. Yellen visitou uma rede de restaurantes especializada na culinária local, o Yi Zuo Yi Wang.
Um blogueiro chinês de culinária reconheceu a secretária do Tesouro americano e descreveu o que viu na rede social Weibo. O restaurante confirmou a história e pontuou que Yellen comeu quatro porções dos cogumelos.
Yellen afirmou à CNN que comeu os cogumelos sem saber que eram alucinógenos. “Fui informada após a refeição.”
“Eu li depois que os cogumelos, quando preparados da maneira adequada, deixam de ter propriedades psicotrópicas, e eu tenho certeza que foi o caso nesse restaurante de alto nível. Todos nós aproveitamos o prato e não sentimos efeitos colaterais”, disse a secretária.
A enciclopédia de dados sobre fungos MycoCosm confirma a descrição de Yellen. A secretária costuma fazer passeios gastronômicos durante suas viagens, segundo a CNN.
Os cogumelos jian shou qing têm um chapéu rosado com o diâmetro de uma maçã, e a face interna amarelada. A tradução, que quer dizer algo na linha de “veja a mão azul”, faz referência a uma propriedade do fungo, cujas partes amarelas se tornam azuis quando sofrem pressão.
A espécie se assemelha muito a porcinis e boletus, outros cogumelos comestíveis. Por isso, pode confundir incautos, os quais, sem o método de cocção correto do ingrediente, sentem os efeitos alucinógenos.
Peter Mortimer, um professor do Instituto de Botânica de Kunming, na China, citou à CNN o caso de um conhecido que passou três dias sob efeito do fungo.
Os cientistas ainda não identificaram o princípio ativo por trás das alucinações causadas pelo jian shou qing. Com isso, não há instruções adequadas para o uso medicinal nem para o tratamento de efeitos colaterais do cogumelo.
Redação / Folhapress