A Polícia Civil do Amazonas ouviu ontem o depoimento de novas testemunhas sobre o desaparecimento do indigenista brasileiro da Funai Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, na região do Vale do Javari.
Soldados do Exército estão em Atalaia do Norte, que se tornou a base da operação de buscas. Bruno Pereira era alvo constante de ameaças por combater a ação de invasores, como pescadores, garimpeiros e madeireiros. O Vale do Javari é a região com a maior concentração de povos indígenas isolados do mundo.
O governo do Amazonas enviou três mergulhadores e dois especialistas em incursões na selva. A mobilização inclui a Polícia Federal, a Marinha, a Funai e voluntários. Segundo a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari, há pelo menos um ano Bruno Pereira era ameaçado.
No domingo, quando desapareceram, eles haviam se deslocado com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que atua perto do Lago do Jaburu. O jornalista pretendia realizar algumas entrevistas com os habitantes daquela região. Segundo os relatos, os dois desapareceram quando faziam o trajeto da comunidade Ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte.
Pelas redes sociais, Alesandra Sampaio, esposa de Dom Phillips, faz um apelo às autoridades brasileiras.
Alesandra Sampaio, esposa de Dom Phillips, faz um apelo às autoridades brasileiras. pic.twitter.com/MG85ZcQHGp
— Eliane Brum (@brumelianebrum) June 7, 2022
O presidente Jair Bolsonaro disse que espera que Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips sejam encontrados “brevemente”. De acordo com Bolsonaro, duas pessoas foram detidas pela Polícia Federal e são investigadas. O presidente disse que a região onde ocorreu o desaparecimento é “completamente selvagem” e “onde tudo pode acontecer”. Acrescentou que a viagem que os dois faziam no Amazonas “é uma aventura que não é recomendável.”
Da Redação